Domingo, 09 de março de 2025
Por Redação O Sul | 30 de novembro de 2024
O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) pediu a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar, em até 120 dias, a negociação que resultou na compra, por parte da empresa estatal China Nonferrous Trade (CNT), de uma reserva de urânio localizada em Presidente Figueiredo (AM).
Devendo ser composta por 27 membros titulares e igual número de suplentes, a Comissão vai investigar a venda da empresa Mineração Taboca, que atua na exploração de estanho no Amazonas, por 340 milhões de dólares (cerca de 2 bilhões de reais), para a CNT.
Conhecida como Reserva do Pitinga, a área fica a 107 km de Manaus. De acordo com o deputado, a reserva produz anualmente 7.000 toneladas de estanho,1.500 toneladas de nióbio, e 500 toneladas de tântalo, totalizando um valor de 360 milhões de dólares.
Em seu requerimento, Alberto Neto levantou questões relacionadas à soberania e segurança nacional.
“Essa transação deixa o Brasil numa posição vulnerável, exposto politicamente e cada vez mais dependente de potências estrangeiras como a China. Isso prejudica a soberania nacional e proteção dos recursos. É imprescindível a criação de CPI sobre essa negociação, pois há questionamentos sobre os termos do negócio, especialmente em relação à supervisão do governo brasileiro e às salvaguardas aplicadas. A participação de uma empresa estrangeira levanta dúvidas sobre a legalidade e os mecanismos utilizados para viabilizar essa operação”, afirmou.
Senador
Em outra frente, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) criticou, em pronunciamento no Plenário na quarta-feira (27), os bloqueios impostos à exploração de recursos naturais na Amazônia. Ele destacou que, enquanto brasileiros enfrentam restrições, empresas chinesas têm liberdade para explorar reservas minerais no país.
O parlamentar questionou a venda da reserva de urânio localizada em Presidente Figueiredo (AM) para a empresa estatal China Nonferrous Trade (CNT). Ele afirmou que a aquisição da reserva, com potencial estratégico para a indústria bélica e usinas nucleares, ocorreu sem impedimentos. Plínio levantou suspeitas de favorecimento ao governo chinês.
“Estamos lá impedidos, com cadeados ambientais que nos escravizam e que nos prendem, porque sempre esbarramos nas ONGs. Sempre esbarramos na ministra Marina Silva, a serviço das ONGs, e, de repente, os chineses compram a maior mina de urânio do Brasil. Vão beneficiar urânio no Amazonas, perto de Manaus, no município de Presidente Figueiredo, que vive do turismo, que vive das suas 160 e poucas cachoeiras, e ninguém fala nada. Por quê? O que há aí? Um compromisso? Um conluio? Uma perseguição àquilo que a gente pode ou não pode fazer?”, protestou.
O senador enfatizou que a exploração de potássio e gás natural na região está paralisada por decisão do Ministério Público Federal (MPF), que, segundo ele, atende a pressões de organizações não governamentais (ONGs). O parlamentar defendeu que a exploração do minério em Autazes (AM) poderia reduzir a dependência brasileira de importações da Ucrânia e do Canadá. Ele argumentou que as restrições prejudicam o desenvolvimento do país e favorecem interesses estrangeiros.
“Hoje 63% da população vive abaixo da linha de pobreza, não tem R$ 11 por dia para se autossustentar. E nós não podemos explorar nada, nós não podemos viver de nada, dos bens naturais que Deus nos concedeu? O homem pensa que é dele. Esses bens naturais são nossos, dados pelo poder divino, mas a gente não pode, porque há esse conluio que nós mostramos na CPI das ONGs. Eles não nos deixam evoluir”, afirmou. As informações são da revista Veja e da Agência Senado.