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Deputados aprovam urgência na votação do projeto que derruba mudanças no marco do saneamento

O placar foi de 322 a favor e 136 contra, e duas abstenções. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (3), a urgência para o projeto de decreto legislativo (PDL 111/2023) que derruba parte das mudanças feitas recentemente pelo governo no marco legal do saneamento básico.

O placar foi de 322 a favor e 136 contra, e duas abstenções. Agora, os deputados estão analisando o mérito do projeto de decreto legislativo.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), cobrou apoio de partidos da base na votação. Queria que todos votassem contra a urgência.

O texto aprovado suspende partes do Decreto 11.467/23, publicado no início de abril, que regulamenta o novo marco legal do saneamento básico (Lei 14.026/20). Segundo o autor, o deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), o decreto distorceria o conceito de estrutura regionalizada da prestação dos serviços de saneamento a fim de evitar a licitação.

Melo afirma que o decreto põe em risco a execução do marco legal aprovado pelo Congresso Nacional, que tem, entre seus objetivos, a universalização dos serviços de saneamento no Brasil até 2033 (tratamento e coleta de esgoto, e acesso à água potável).

Ele critica, em especial, o ponto do decreto que permite às companhias públicas estaduais de saneamento atender municípios de regiões metropolitanas ou microrregiões sem a necessidade de licitação.

Decreto de Lula

Os decretos assinados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 5 de abril, modificam o marco regulatório sancionado por Jair Bolsonaro em 2020. A lei do saneamento estabelecia a meta de universalização do tratamento de esgoto e do abastecimento de água potável até 2033.

Para viabilizar mais investimentos no setor, o marco legal exige que as prefeituras não contratem mais diretamente companhias estaduais de água e esgoto, fazendo licitação para os serviços de saneamento e abrindo caminho para o avanço de operadores privados.

Também exigia comprovação, pelas estatais de saneamento, de capacidade econômico-financeira para cumprir com as metas de universalização. Várias companhias, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, não passaram pelas exigências.

As mudanças feitas pelo governo foram criticadas por boa parte do mercado. Foi dada uma nova chance às estatais para a comprovação, agora até 2025, da capacidade de fazer esses investimentos.

O projeto de Fernando Monteiro derruba vários trechos dos decretos de Lula. Entre eles, a possibilidade de que municípios possam voltar a contratar companhias estatais, diretamente, em casos específicos.

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