Os deputados federais fazem viagens frequentes para o exterior sob a alegação de melhorar o desempenho do Legislativo sob a alcunha de “missões oficiais”. E fazem o diabo para justificar gastos que lhes garantam ressarcimentos. Os parlamentares devem fazer relatórios da viagem, mas os documentos são motivo de deboche entre servidores pelo “copia-e-cola”. Expedito Netto (PSD-RO) e Ricardo Izar (PP-SP), foram por nossa conta a Las Vegas, nos Estados Unidos, capital mundial da jogatina, e entregaram relatórios com parágrafos inteiros idênticos.
Encheram linguiça
O relato da participação no congresso de moedas digitais e blockchain tem detalhes de almoços e show, mas nada do assunto da viagem.
Dinheiro “jogado” fora
O passeio dos parlamentares à cidade da jogatina e da esbórnia custou R$ 31 mil entre passagens e diárias, em dólar, ao contribuinte.
Em isolamento
Procurados para explicar por que os relatórios são cópias idênticas, os parlamentares não deram retorno até o fechamento da reportagem.
Passaporte carimbado
Expedito Netto fez outra viagem, para a Nova Zelândia, sob justificativa de ampliar o conhecimento das políticas indígenas. Custo: R$ 18,2 mil.
Corte de comissionados pouparia R$ 3,5 bilhões/mês
O pacote de ajuda aos estados representará gastos de R$130 bilhões ao governo federal e, como sempre, vai sobrar para quem paga impostos. “Gordura” é o que não falta nos Três Poderes: relatório do Tribunal de Contas da União sobre comissionados no serviço público federal mostra que essa despesa representa um terço do total da folha de pessoal de funcionários ativos: R$ 3,5 bilhões de quase R$ 10 bilhões totais.
Três poderes inchados
Dos 1,1 milhão de empregados do Executivo, Legislativo e Judiciário federais, cerca de 350 mil ocupam algum tipo de cargo de confiança.
Na nossa conta
Segundo dados do Ministério do Planejamento, a folha de pagamento do governo federal custa-nos em 2020 cerca de R$ 26,3 bilhões por mês.
Função além do salário
As 57.302 funções/gratificações reservadas a servidores concursados são pagas além dos largos salários reajustados anualmente.
Investimento pesado
O Orçamento total para o setor público para 2020 é de R$ 3,72 trilhões. Até agora já foram pagos mais de R$ 1 trilhão e, segundo o ministro Paulo Guedes (Economia), serão investidos R$ 500 bilhões nos próximos três meses para ajudar no combate ao novo coronavírus.
Outra vítima
Segundo a IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), a queda na capacidade do transporte aéreo de carga caiu quase 38% na América Latina apenas no mês de março, em relação a 2019.
Na nossa conta
Segundo o Painel Estatístico de Pessoal do Ministério do Planejamento, a folha de pagamento do governo federal em 2020, até agora, é de R$ 26,3 bilhões por mês, em média, mas chega a R$ 40 bilhões por mês.
Efeitos permanecem
A Caixa garantiu 30 milhões de clientes devido ao “auxílio emergencial”, mas ideia de jerico de Dilma e Mantega de cortar rendimento da poupança garantiu que o pobre continua pobre: não deve passar de 1,85% no ano.
Faz que não vê
Petição no site Change.org pede redução do salário dos parlamentares e passa de 14 mil apoiadores, mas Maia e o pupilo Alcolumbre se fingem de mortos. Acham que só o setor privado deve se sacrificar na crise.
Thatcher
Em 4 de maio de 1979, a inglesa Margaret Thatcher foi a primeira mulher eleita como chefe do governo britânico, após a vitória eleitoral dos conservadores nas eleições. Ficou no cargo por 11 anos.
Está previsto em lei
Até a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), de 2018, permite em seu artigo 11º o compartilhamento de dados pessoais de saúde, em casos emergenciais, sem o consentimento dos titulares.
Os mais afetados
Coordenadora dos Médicos Sem Fronteiras, Ximena Di Lollo afirma que os idosos têm sido negligenciados pelo mundo na pandemia. Ela alerta que muitos morrem “sozinhos, assustados e em péssimo estado”.
Pensando bem…
… impeachment é a palavra do momento… há 5 anos.
PODER SEM PUDOR
Homem de visão
Penalizado com o ostracismo e admirador do estilo do ex-presidente, o jornalista Boris Casoy marcou uma visita pelo telefone, quando Jânio avisou que estava “cego”. Ao chegar, viu Jânio numa cadeira falar alto: “Viva o jornalista Casoy!”. Estranhou tal precisão, mas logo Jânio explicou: “Não enxergo, mas vejo sombras, e a sua é inconfundível!”
Com André Brito e Tiago Vasconcelos