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Economia Deputados do PT propõem repúdio ao presidente do Banco Central em defesa do parcelamento sem juros

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Para os parlamentares, restrição no parcelamento poderia "prejudicar os consumidores e beneficiará ainda mais os grandes bancos. Na foto, Campos Neto

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Segundo chefe do BC, neste momento, “optar por juros mais baixos sem ter a âncora fiscal é igual a produzir um ajuste via inflação no médio prazo”. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Em novo ataque de governistas contra o presidente do BC (Banco Central), deputados do PT sugeriram, na sexta-feira (10), à Câmara dos Deputados que aprove uma moção de repúdio a Roberto Campos Neto pela intenção de restringir a modalidade de compras pagas com parcelamento sem juros.

Os deputados Lindbergh Farias (PT-RJ) e Alencar Santana (PT-SP) assinam o pedido. “A moção tem o objetivo de repudiar as intenções explicitamente declaradas pelo Presidente do Banco Central do Brasil, Senhor Roberto Campos Neto, de agir de forma contrária ao espírito” da Lei do Desenrola, que trata do endividamento das famílias brasileiras, afirma o texto.

Para os parlamentares, restrição no parcelamento sem juros poderia “prejudicar os consumidores brasileiros e beneficiará ainda mais os grandes bancos”. Por outro lado, para o Banco Central, os juros do cartão de crédito, que chegam a ultrapassar 400% por ano, são diretamente impactados por esta modalidade de parcelamento. O BC defende mudanças.

O embate sobre o assunto tem sido protagonizado por bancos e varejistas. Mas também políticos têm se colocado em campo, como os das Frentes Parlamentares do Comércio e do Empreendedorismo.

Apesar da pressão de bancos para que fosse declarado o fim do parcelamento sem juros, o item ficou fora da aprovação do Desenrola. No entanto, foi estipulado prazo até 3 de janeiro para o BC apresentar ao CMN (Conselho Monetário Nacional) proposta sobre os juros rotativos do cartão.

Em reunião recente com empresários, Campos Neto apontou o limite de 12 meses para o parcelamento sem juros como uma alternativa. Em nota, a Febrabran (Federação Brasileira de Bancos) nega que defenda o fim da modalidade de parcelamento sem cobrança de juros.

A entidade argumenta a existência de um subsídio cruzado entre os financiamentos com e sem juros. “Sempre dissemos, sem margem de dúvida, que essa era a principal causa raiz dos altos juros do rotativo do cartão de crédito no Brasil. Nunca nos afastamos dessa posição”, reafirmou.

“Temos revelado algo que não se diz abertamente ou não se quer que seja debatido: o parcelado sem juros não é sem juros, pois os juros estão embutidos no preço do produto”, pontua a Febraban.

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