Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de maio de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Deputados federais, muito bem instalados na Câmara dos Deputados, em Brasília, já gastaram R$ 176.080.057,35 a título de “verba de gabinete”. O valor, usado para bancar os generosos salários dos assessores e aspones que atendem suas excelências, considera o período de fevereiro até meados de maio. Todo mês, cada um dos 513 parlamentares recebe R$ 118.376,13 para pagar a turma, de livre nomeação, que nem mesmo precisa ser servidor público.
É uma galera
Cada gabinete pode contratar de cinco a 25 secretários parlamentares, que trabalham em Brasília ou nos estados.
Holerite
A remuneração de um secretário parlamentar, que nem mesmo precisa bater o ponto, varia entre R$ 1.408,11 a R$ 16.640,22.
É uma mãe
Encargos trabalhistas, como 13º, férias e auxílio alimentação dos funcionários não entram nos custos dos gabinetes. A Câmara banca tudo
Gastadores
Abril foi o mês que os parlamentares mais gastaram com pessoal: mais R$55,6 milhões. Em maio, por enquanto, já passamos de R$ 18 milhões.
Emendas tentam reverter alto índice de traições
As emendas liberadas pelo governo Lula após a derrota na votação do Marco do Saneamento têm explicação matemática, só 4,26% dos partidos (que mais tiveram as emendas liberadas) votaram com o Planalto. Escancaradamente contra; outros 75,53%. “Ausentes” somam 20,21%. O levantamento considerou os partidos que mais receberam a grana, na ordem, excluído o PT, são eles: PSD (R$156,9 mi), União Brasil (R$147,8 mi), MDB (R$144,7 mi) e PP (R$118,6 mi).
Quase nada
Quem mais votou de acordo com o que queria o Planalto foi o PSD, deu 17,07% dos votos. Contrários foram 48,78% e 34,15% não votaram.
Recado
No PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), 89,58% dos votos foram contra. Ninguém votou com o governo. Se ausentaram 10,42%.
Sem retorno
O União Brasil, que tem ministério, não teve votos pró-Planalto: 17,24% não votaram e 82,76%, contra. No MDB, 2,44% votaram com o governo.
Fôlego
A revelação de nomes de filiados ao PT e PCdoB que estariam no vandalismo do 8 de janeiro reanimou a oposição sobre a CPMI. “Dizíamos que haviam infiltrados”, relembra André Fernandes (PL-CE)
Gasto sem freio
A deputada Julia Zanatta (PL-SC) critica a pressa do governo Lula com o marco fiscal, que só foi apresentado três meses após o início da gestão. “Mais uma vez o governo e aliados querem empurrar um texto pouco discutido no Congresso. Uma desculpa para gastos desenfreados”.
Vira-casaca
O deputado Yuri do Paredão (PL-CE) recebeu Lula (PT) no Cariri cearense acompanhado de petistas ilustres como José Guimarães, Camilo Santana e o atual governador do esquema, Elmano de Freitas.
Embaixador de Minas
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), escolheu Bruno Ornelas para representar os interesses do governo em Brasília. Ornelas será o braço-direito do secretário da Casa Civil, Marcelo Aro (PP).
CPI no forno
Amom Mandel (Cidadania-AM) articula a criação de uma CPI na Câmara para apurar denúncias de tráfico humano na Amazônia. Os casos envolveriam exploração sexual de menores em municípios fronteiriços.
Outra Câmara
A Câmara tem praticamente a mesma quantidade de parlamentares ativos e aposentados. Na ativa, são 513, já os aposentados são quase “outra Câmara”, somam 423. Todos ganhando muito bem.
Tiro certo
A Comissão de Infraestrutura do Senado realiza terça (16) a sabatina, tida como “aprovação garantida”, de Erick de Medeiros como diretor da Infraestrutura Aquaviária do Dnit. O relator é Eduardo Braga (MDB-AM).
Adiar não
A justiça do Reino Unido rejeitou o pedido para adiar por quase dois anos a ação de 720 mil vítimas da barragem do Fundão contra o grupo BHP, sócia da Vale no empreendimento que rompeu em 2015, provocando 19 mortes de devastamento ambiental.
Pensando bem…
…CPMI composta por governistas é Carinho Para Meus Íntimos.
PODER SEM PUDOR
Rapidez olímpica
Depois de meses sem conseguir ser recebido pelo ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), o deputado Givaldo Carimbão (PSB-AL), no primeiro governo Lula, não contou conversa: saiu da recepção do ministro, foi a uma loja, comprou dez metros quadrados de lona preta e voltou. Sem dizer nada, começou a estender a lona no hall do ministério. Indagado por funcionários, esclareceu: iria acampar ali mesmo, até ser recebido pelo ministro. Patrus Ananias se materializou diante de Carimbão no tempo recorde de 60 segundos.
(Com a colaboração de Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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