A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados anunciou nessa quarta-feira que pretende ingressar com uma representação no Conselho de Ética da Casa pela cassação do mandato do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara. A decisão ocorre após a confirmação pela Procuradoria-Geral da República de que o peemedebista será denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quinta-feira por envolvimento no esquema investigado na Operação Lava-Jato.
A ideia é de que a representação por quebra de decoro parlamentar seja aberta após a Suprema Corte acolher a denúncia, de acordo com o deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP). “O afastamento dele é importante porque, na presidência, ele atrapalha as investigações.” Cunha nega as acusações.
Depois da apresentação da denúncia, que será assinada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a Justiça precisa avaliar se aceita ou não a oferta e, só então, Cunha vira réu e o processo é instaurado.
Manifesto
A decisão do PSOL foi anunciada após reunião da bancada do partido com deputados federais contrários ao presidente da Câmara. Ficou decidido que, apresentada a denúncia no STF, será divulgado um manifesto suprapartidário favorável ao afastamento do peemedebista do comando da Casa.
Além do PSOL, o documento deve ter o apoio de parlamentares de PT, PSB, PPS e PSC. A reunião teve as participações, entre outros deputados federais, de Alessandro Molon (PT-RJ), Henrique Fontana (PT-RS), Julio Delgado (PSB-MG), Luiza Erundina (PSB-SP) e Eliziane Gama (PPS-MA). Ivan Valente disse que pretende, nesta quinta-feira, pedir a convocação de Cunha e do lobista Júlio Camargo à Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras. (Folhapress)