Terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de junho de 2015
“O homem de Kennewick”, do alto de seus 8,5 mil anos, objeto de disputa entre entre indígenas, antropólogos e adeptos do culto de Odin, é geneticamente ligado aos índios da América do Norte – revelou um estudo publicado pela revista científica Nature. “Nós constatamos que o ‘homem de Kennewick’ é mais ligado aos índios americanos nativos do que a qualquer outra população do mundo”, anunciaram os coautores do estudo, após terem conseguido mapear o genoma do homem pré-histórico.
Uma proeza científica que também importância legal: por quase 18 anos, todo mundo parece querer reivindicar o esqueleto.
Em 28 de julho de 1996 dois espectadores de uma corrida de hidroaviões sobre o rio Columbia, na cidade americana de Kennewick, tropeçaram em um crânio. Assim, desenterraram o “homem de Kennewick” e fizeram a importante descoberta arqueológica.
Batalha jurídica.
Com idade entre 45 e 50 anos, ele morreu de morte natural, mas aos 8,5 mil está no centro de uma verdadeira batalha jurídica. Cinco tribos indígenas – Umatilla, Yakama, Colville, Nez Perce e Wanapum – apresentaram uma queixa conjunta, convencidos de que trata-se dos restos mortais de um dos seus antepassados.
Oito cientistas também levaram a questão aos tribunais para serem autorizados a examinar o crânio. Antropólogos e arqueólogos têm debatido há muito tempo as origens dos primeiros habitantes das Américas. Seus ossos são raros e o “homem de Kennewick” é precioso. Somente a análise de seu DNA vai revelar dados sobre seus descendentes. A questão se complicou ainda mais quando a assembleia de pessoas do povo Asatru, um culto da Califórnia cujos deuses são chamados de Odin e Thor, também recorreu à Justiça americana para impedir que os restos contestados sejam entregues aos índios.