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| Descoberto o motivo pelo qual o ministro da Fazenda simulou uma gripe para não comparecer ao anúncio oficial das medidas para conter os gastos

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Depois da viagem à Espanha, Levy segue para Paris (Foto: Francisco Stuckert/AE)

As divergências entre os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, não se resumem ao montante de cortes no Orçamento para o ajuste fiscal. De acordo com fontes do governo, as discordâncias incluem também a desoneração da folha de pagamento das empresas e principalmente as mudanças no cálculo do fator previdenciário aprovadas pela Câmara dos Deputados. Foi por causa dessas divergências, e não por conta de uma gripe, que Levy não compareceu à entrevista coletiva convocada para anunciar o contingenciamento, na sexta-feira.

O governo definiu um corte de 69,9 bilhões de reais. Levy queria um valor maior – entre 70 bilhões de reais e 80 bilhões de reais – enquanto Barbosa defendia um montante menor que o anunciado. Mas as discordâncias não param aí.

Há cerca de duas semanas, em uma reunião da coordenação política do governo, a presidenta Dilma Rousseff foi obrigada a intervir em uma acalorada discussão entre os dois. Segundo relatos, Barbosa, apoiado por outros ministros ligados ao PT, defendeu que caso a chefe do Executivo decida vetar o novo cálculo previdenciário, que reduz a idade mínima para aposentadoria, seja criado um mecanismo alternativo que contemple os trabalhadores e ao mesmo tempo mantenha a saúde financeira da Previdência.

Levy, por sua vez, seguiu na direção contrária. Conforme ele, o governo deve tentar barrar o projeto no Senado. Em último caso, a presidenta precisa vetar o novo cálculo, sob risco de comprometer o ajuste fiscal.

O ministro da Fazenda ficou isolado na discussão, até que Dilma interveio. “Não vou admitir que vocês façam este debate dessa forma. Quem vai decidir sobre isso sou eu”, disse a mandatária, segundo testemunhas.

Conforme integrantes do governo, o apoio a Levy se ampara hoje em Dilma e no vice-presidente, Michel Temer, com quem tem se reunido pelo menos duas vezes ao dia.

Já os maiores focos de críticas são o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva – que em conversas privadas e públicas tem criticado o ajuste fiscal – e o PT, que na última semana escancarou o desconforto com o titular da Fazenda em um manifesto divulgado pelo diretório paulista. Irritado com as constantes investidas de Lula e da legenda, Levy se refere com ironia ao partido. “Mas o PT é mesmo o partido do governo?”, indagou a um interlocutor.

O terceiro ponto de discordância seria o projeto que reduz a desoneração da folha de pagamento das empresas. Levy reclama do Congresso, que incluiu diversos setores na lista de isenções e se queixa da postura de Barbosa. Pessoas próximas ao ministro do Planejamento negam que haja divergência neste ponto.

Convergência – Mesmo com as discordâncias existentes, os dois trabalham como aliados em alguns casos. Um exemplo é a decisão sobre o destino da MP (Medida Provisória) 664, que restringe o pagamento de benefícios previdenciários e integra o pacote de ajuste fiscal. Enquanto a área política do governo é a favor de que a base aliada protele a votação no Congresso até o dia 1º de junho, quando a MP perde a validade, a área econômica defende que as medidas sejam votadas o quanto antes.

“Pede pra sair” – Na etapa paulista do 5º Congresso Nacional do PT, realizada na sexta-feira e no sábado, dezenas de militantes descontentes com o ajuste fiscal pediram a saída do ministro da Fazenda. “Ei Levy, pede pra sair e leve junto o FMI (Fundo Monetário Internacional)!”, gritavam.

Entre os participantes também circulava um abaixo-assinado com o título “Não ao Plano Levy”, condenando as medidas do ajuste fiscal feito pelo titular da Fazenda.

O presidente do PT de São Paulo, Emídio de Souza, minimizou as manifestações: “Ninguém está feliz com o ajuste. Não temos prazer nenhum em fazê-lo. Mas é necessário para podermos viver um novo ciclo econômico.”

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