Quarta-feira, 19 de março de 2025
Por Redação O Sul | 18 de março de 2025
O Conselho da Justiça Federal (CJF) afastou cautelarmente o desembargador Guilherme Diefenthaeler do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). O magistrado é acusado de assédio moral e sexual, incluindo contra funcionárias de seu gabinete. As denúncias foram baseadas em uma série de depoimentos que detalham o comportamento inadequado do desembargador, revelando um padrão de ações extremamente preocupantes.
Foram apresentados 15 depoimentos sobre a conduta do desembargador, todos bem convergentes, conforme relatos obtidos pela coluna. O modus operandi descrito pelas testemunhas aponta que Guilherme Diefenthaeler costumava contratar mulheres para cargos em seu gabinete, geralmente de fora do Rio de Janeiro, e depois iniciava o processo de assédio. As acusações sugerem um padrão de comportamento manipulador e coercitivo, onde o poder do magistrado era utilizado para impor atitudes abusivas, criando um ambiente de trabalho hostil e inseguro para as vítimas.
O gabinete de Guilherme Diefenthaeler, em resposta à decisão, afirmou que não poderia comentar o afastamento e as denúncias porque ainda não foi notificado oficialmente da decisão. Diefenthaeler integra a corte desde 2012, mas agora enfrenta sérias acusações que colocam em questão sua conduta e moralidade como membro do judiciário. O fato de a medida ter sido tomada com base em evidências substanciais sublinha a gravidade da situação e o impacto potencial de sua permanência no cargo, considerando as alegações de assédio.
A assessoria de imprensa do TRF-2, em nota, afirmou que, “ao tomar conhecimento da decisão do Conselho da Justiça Federal (CJF) de afastar cautelarmente o desembargador federal Guilherme Diefenthaeler, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região informa que está tomando as providências para cumpri-la”. A nota destaca que o tribunal está comprometido em assegurar que a decisão seja implementada de forma adequada, respeitando o processo judicial e garantindo a lisura do procedimento.
Além de afastar Diefenthaeler, o CJF deu um prazo de 15 dias para ele se manifestar sobre as acusações. Os argumentos centrais para o afastamento são a gravidade das acusações, a necessidade de garantir a integridade do processo e evitar qualquer intimidação das testemunhas, situação que é comum em casos de assédio, onde a posição de poder do acusado pode afetar a segurança das vítimas. A decisão foi tomada na sessão de segunda-feira (17) pelo CJF e assinada pelo corregedor-geral da Justiça Federal, Luís Felipe Salomão, que enfatizou a importância de garantir a credibilidade e imparcialidade do sistema judiciário diante de alegações tão sérias. (O Globo)