Os dois votos a favor da cassação do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) foram dados pelos dois desembargadores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná).
Nomeado no dia 22 de fevereiro, o desembargador José Rodrigo Sade foi o responsável por abrir a divergência do voto do relator, desembargador Luciano Carrasco Falavinha, contra a cassação.
A tese central de Sade foi a de que a pré-campanha de Moro à Presidência da República o beneficiou quando ele mudou para a disputa ao Senado pelo Paraná, uma vez que o volume total de gastos feitos em todo o período da pré-campanha foi muito superior aos dos seus concorrentes no Estado.
“Até as eleições, acabou ele [Moro] gastando muito maios recursos do que os demais candidatos que disputavam com ele a vaga de senador porque, até determinado ponto, seus gastos tinham por base o teto de uma campanha presidencial, o que, a meu ver, implicou em completo desequilíbrio do pleito em questão”, disse o magistrado.
Já Julio Jacob Junior foi nomeado por Lula em 23 de abril de 2023 e acompanhou o voto de Sade. Ambos são advogados e entraram nas vagas destinadas pela legislação à advocacia, cuja nomeação é feita também pelo presidente da República.
Por cinco votos a dois, os desembargadores do TRE-PR decidiram contra a cassação do mandato de Moro. O julgamento foi finalizado na noite de terça-feira (9).