A taxa de desemprego no Brasil, que chegou a 12,7% no mês de março, cessou no mês de agosto, segundo dados do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No trimestre de agosto a taxa encerrou com 11,8% o, o que representa queda em relação ao trimestre anterior (12,3%) e na comparação com o mesmo trimestre do ano passado (12,1%). O resultado foi puxado pela criação de vagas informais, sem carteira assinada, que bateram recorde no período.
Mesmo com a queda, ainda há 12,6 milhões de desempregados no país. O número recuou 3,2% frente ao trimestre anterior (13 milhões de pessoas) e ficou estatisticamente estável comparado ao mesmo trimestre de 2018 (12,7 milhões de pessoas).
41,4% dos empregados estão na informalidade
O IBGE informou que 41,4% da população ocupada no país se encontra na informalidade. É a maior proporção desde 2016, quando esse indicador passou a ser divulgado. Das 684 mil pessoas que encontraram emprego no trimestre, 87,1% foram no mercado informal.
Nesse grupo estão os trabalhadores sem carteira assinada (empregados do setor privado e domésticos), os sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e os sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família).
Renda estagnada
O instituto afirmou que geralmente há aumento da população ocupada neste período do ano, o que acaba aumentando a soma total de rendimentos do trabalho no país. No entanto, no trimestre encerrado em agosto, isso não aconteceu. Tanto a soma total de rendimentos (R$209,9 bilhões) quanto o rendimento médio do trabalhador (R$2.298) ficou estável. No trimestre anterior, esse rendimento era de R$2.297. No mesmo trimestre do ano passado, estava em R$2.302.
“Esse aumento na ocupação não foi suficiente para aumentar a massa de rendimento, porque o emprego gerado foi voltado para postos de trabalho na área informal. E é essa massa de rendimento que movimenta o mercado de trabalho de forma virtuosa”, afirmou o diretor adjunto de Pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo.
Impacto na Previdência
Segundo o IBGE, a informalidade tem contribuído para diminuir o desemprego, mas afeta a arrecadação previdenciária no país. De acordo com os dados da pesquisa, 62,4% dos ocupados contribuem para a Previdência Social, percentual que está em queda desde 2017, quando era de 65,3%.
“Desde o início de 2019, a contribuição previdenciária só cai, enquanto a população ocupada cresce”, afirma Beringuy. A pesquisadora ressalvou, porém, que no começo de 2012 esse percentual chegou a 61,5%.