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Economia Desemprego no Brasil cai a 11,1% no 4º trimestre

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Taxa média do ano é equivalente a 13,9 milhões de pessoas sem ocupação, de acordo com a PNAD Contínua.

Foto: EBC
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada pelo IBGE. (Foto: EBC)

A taxa de desemprego no Brasil caiu de 12,6% para 11,1% no quarto trimestre de 2021, aponta a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE, divulgada nesta quinta-feira (24). O levantamento aponta que a taxa média de desocupação no ano foi de 13,2%, equivalente a 13,9 milhões de desempregados no país. O número mostra relativa estabilidade em relação aos 13,8% de 2020.

O recuo de 1,5 ponto percentual no trimestre aponta que são 12 milhões de pessoas em busca de trabalho – queda de 10,7%, ou 1,4 milhão de pessoas, na comparação com o trimestre encerrado em setembro. Em relação ao mesmo período de 2020, a redução foi de 16,7% (2,4 milhões de pessoas a menos). A pesquisa demonstra que o país não atingiu o patamar antes da pandemia. Em 2019, a média anual de desempregados foi de 12%, segundo o IBGE.

A taxa de desocupação de 2021 é a segunda maior da série histórica iniciada em 2012. Segundo a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, os dados refletem a situação do mercado de trabalho em um momento em que a ocupação voltou a crescer após um ano de perdas.

“Muitas pessoas ao longo dos dois anos perderam suas ocupações e várias delas interromperam a busca por trabalho no início de 2020 por causa da pandemia. Depois houve uma retomada dessa busca, ainda que o panorama econômico estivesse bastante desfavorável, ou seja, não havia uma resposta elevada na geração de ocupação. Em 2021, com o avanço da vacinação e a melhora no cenário, houve crescimento do número de trabalhadores, mas ainda persiste um elevado contingente de pessoas em busca de ocupação”, diz.

Segundo Adriana, parte da alta da ocupação no quarto trimestre veio do emprego formal no setor privado. O número de empregados com carteira de trabalho assinada cresceu 2,9% no comparação com o período anterior. Isso representa 987 mil pessoas a mais. O mercado informal teve aumento de 6,4% (753 mil pessoas a mais).

No comércio, foram 602 mil pessoas a mais empregados, aumento de 3,4%. Os outros serviços apresentaram alta de 11,8%, ou 521 mil pessoas a mais, e informação e comunicação cresceu 3,3% (mais 367 mil). A indústria fechou o trimestre com estabilidade, fechando o período com 12,4 milhões de empregados.

O número de trabalhadores por conta própria, com ou sem CNPJ, cresceu 1,9% no quarto trimestre. Isso significa que 483 mil pessoas começaram a atuar sem vínculo com empresas. Entre os trabalhadores domésticos, a alta foi de 341 mil (6,4%).

Força de trabalho

O levantamento mostra que a força de trabalho, quando ocorre a soma dos ocupados e desocupados (número de aptos a trabalhar), aumentou 4,3% em 2021, na comparação com o ano anterior. Houve aumento de 5% na ocupação (4,3 milhões de pessoas). No total, o Brasil fechou 2021 com estimativa de 91,3 milhões empregados.

O crescimento foi registrado em diversas atividades econômicas. A pesquisa aponta que o maior crescimento proporcional veio da construção. Houve uma alta de 13,8%, ou 845 mil pessoas a mais trabalhando no setor.

O comércio teve aumento de 5,4% em relação a 2020 – 881 mil pessoas a mais empregados. O segmento foi um dos mais afetados pela pandemia, por isso o desempenho positivo de 2021 não representou uma recuperação em comparação a 2019, quando o setor empregou 18,1 milhões de pessoas.

Na indústria, o crescimento foi de 3,9%, ou mais 446 mil pessoas trabalhando. Em comparação com 2019, o número foi 3,1% menor. No setor de serviços, o subsegmento “serviços domésticos” apresentou maior alta percentual, com mais 327 mil pessoas ocupadas (6,7%). Em “alojamento e alimentação”, o aumento foi de 5,4%, ou 238 mil pessoas.

A Pnad contínua é a pesquisa utilizada para monitorar a força de trabalho no país. O levantamento é realizado a cada trimestre em 211 mil domicílios. Segundo o IBGE, são 2 mil entrevistadores nas 27 unidades da federação, integrados à rede de coleta de 500 agências do instituto.

Informalidade

A Pnad mostra que o aumento na taxa de ocupação foi visto também no mercado informal de trabalho. O Brasil fechou 2021 com 36,6 milhões de pessoas nessa condição, aumento de 9,9% em relação a 2020. Com isso, a taxa de informalidade cresceu de 38,3% para 40,1% no período. No setor privado, o percentual de empregados sem carteira assinada subiu de 11,1%, alcançando 11,2 milhões de pessoas.

“O crescimento da informalidade nos mostra a forma de recuperação da ocupação no país, baseada principalmente no trabalho por conta própria. Tanto no segundo semestre de 2020 quanto no decorrer de 2021, a população informal foi a que mais avançou”, afirma a coordenadora Adriana Beringuy.

No mercado formal, a alta foi de 2,6% no setor privado – chegando a 32,9 milhões de pessoas. Com a pandemia, o número de pessoas com carteira assinada havia caído 6,9% em 2020.

Segundo Adriana, o primeiro ano da pandemia foi marcado por muitas empresas fechadas e muitos funcionários demitidos. “E há mais dificuldade em recuperar esse tipo de vínculo de trabalho do que o informal”. Ela diz que houve crescimento do número de trabalhadores por conta própria com CNPJ em 2020, recorde na série histórica da pesquisa, iniciada em 2016 para esse indicador. A soma dos trabalhadores por conta própria (com e sem CNPJ) chegou a 24,9 milhões.

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