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Desemprego no Brasil cai a 6,2% em outubro, o menor patamar da História

Antes disso, o percentual mais baixo de desempregados no país havia sido registrado em dezembro de 2013 (6,3%). (Foto: Jonathan Campos/AEN-PR)

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 6,2% no trimestre terminado em outubro, aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nessa sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a menor taxa de desocupação de toda a série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. Antes disso, o percentual mais baixo havia sido registrado em dezembro de 2013 (6,3%).

A queda foi de 0,6 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior, terminado em julho, quando a taxa era de 6,8%. No mesmo período do ano passado, a desocupação atingia 7,6% da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais).

Ao todo, 6,8 milhões de pessoas estão sem emprego no país, o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014. Foi um recuo de 8% em relação ao trimestre anterior, e de 17,2% na comparação com 2023.

Os números demonstram um cenário aquecido que vem sendo sustentado trimestre a trimestre, afirma Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, superando o que havia sido considerado o melhor momento do mercado de trabalho no país, em 2013. (veja o gráfico abaixo)

“Depois desse período [2013 e 2014], nós tivemos momentos bastante desfavoráveis no mercado, como foi o caso de 2015, 2016. Teve ali um período de recuperação entre 2017 e 2019, mas, em 2020, a pandemia chegou com impactos bastante ruins no mercado de trabalho. Aí tem um processo de recuperação pós pandemia, principalmente em 2022”, detalha.

Recorde

A população ocupada no Brasil chegou a 103,6 milhões, um novo recorde da série histórica, crescendo em ambas comparações: 1,5% no trimestre e 3,4% no ano.

Com isso, 58,7% das pessoas em idade de trabalhar no Brasil estão empregadas – também o maior nível de ocupação desde 2012.

Segundo Beringuy, essa alta foi puxada por três dos dez grupamentos de atividades abordados na PNAD Contínua: indústria, construção e outros serviços.

“A produção industrial tem como destaque o segmento de confecções de vestuários, o que pode ter uma relação com a proximidade de fim de ano, no atendimento da demanda por esses bens”, afirma.

“Mas também temos um crescimento bastante favorável, não apenas neste trimestre agora, na construção e nos serviços prestados às famílias, serviços pessoais, recreativos, de diversas frentes.”

Força de trabalho

O IBGE classifica como desocupadas as pessoas sem trabalho que estão procurando emprego. A soma desse grupo com o dos empregados totaliza a população dentro da força de trabalho no Brasil, que ficou em 110,4 milhões no trimestre terminado em outubro.

Assim, estão fora da força de trabalho 66,1 milhões de brasileiros. São pessoas de 14 anos ou mais desempregadas, mas que não estão em busca de serviço ou disponíveis para trabalhar.

Diante disso, a PNAD calcula que o Brasil tem 17,8 milhões de pessoas subutilizadas, ou seja, que poderiam estar trabalhando, mas estão desocupadas, subocupadas (não trabalham todas as horas que poderiam) ou fora da força de trabalho potencial.

Esse contingente recuou 4,6% em relação ao trimestre anterior e 10,8% na comparação com o ano passado.

A população desalentada ficou em 3 milhões, a menor desde o trimestre encerrado em abril de 2016 (2,9 milhões), recuando 5,5% no trimestre e 11,7% no ano. São pessoas que gostariam de trabalhar e estariam disponíveis, mas não procuraram emprego por acharem que não encontrariam, por falta de qualificação, por exemplo.

Destaques

* Taxa de desocupação: 6,2%

* População desocupada: 6,8 milhões de pessoas

* População ocupada: 103,6 milhões

* População fora da força de trabalho: 66,1 milhões

* População desalentada: 3 milhões

* Empregados com carteira assinada: 39 milhões

* Empregados sem carteira assinada: 14,4 milhões

* Trabalhadores por conta própria: 25,7 milhões

* Trabalhadores domésticos: 6 milhões

* Trabalhadores informais: 40,3 milhões.

Outros recordes

O número de trabalhadores com e sem carteira assinada no setor privado cresceu 5% em relação ao ano passado e chegou a 53,4 milhões, um novo recorde da série iniciada em 2012.

Entre os empregados com carteira assinada, o número absoluto de profissionais chegou a 39 milhões, um aumento de 1,2%, ou de 479 mil pessoas, contra o trimestre anterior. No comparativo com 2023, o ganho é de 3,7%, o que equivale a 1,4 milhão de trabalhadores a mais.

Já os empregados sem carteira são 14,4 milhões. A alta para o trimestre foi de 3,7%, com mais 517 mil trabalhadores no grupo. Já, em relação ao ano passado, houve aumento de 8,4%, ou de 1,1 milhão pessoas.

A taxa de informalidade ficou em 38,9% da população ocupada (ou 40,3 milhões de trabalhadores). No trimestre anterior, o percentual era de 38,7% e, no mesmo período de 2023, de 39,1%.

No setor público, o número de empregados (12,8 milhões) foi recorde, ficando estável no trimestre e subindo 5,8% (699 mil pessoas) no ano. Os trabalhadores por conta própria são 25,7 milhões, o que representa estabilidade nas duas comparações.

Rendimento estável 

As pessoas ocupadas receberam cerca de R$ 3.255 por mês no trimestre terminado em outubro, por todos os trabalhos que tinham na semana de referência da pesquisa. É o que o IBGE chama de rendimento médio habitual.

O valor ficou estável frente ao trimestre anterior, quando era de R$ 3.230. No comparativo do ano, houve aumento de 3,9%.

Já a massa de rendimentos, que soma os valores recebidos por todos esses trabalhadores, foi estimada em R$ 332,6 bilhões, um crescimento de 2,4% na comparação trimestral e de 7,7%, na anual.

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