Ícone da arquitetura brasileira ganhou versão em resina de poliéster. Além do surpreendente apelo decorativo, solução é sustentável, com a racionalização de material e mão–de–obra, sem necessidade de quebra-quebra e a possibilidade de reutilização. Coleção conta ainda com nichos utilitários.
A inovação é uma das premiadas no 33º Prêmio de Design Museu da Casa Brasileira.
Referência internacional na produção de acessórios de decoração e utilitários em resina de poliéster, o artista plástico e designer Rubens Szpilman criou uma nova concepção arquitetônica e artística para o uso dos cobogós, com o lançamento do BLODEC, um sistema patenteado de blocos modulares em resina de poliéster, produzidos artesanalmente. A inovação, em nível mundial, é uma das premiadas (categoria Construção) do 33º Prêmio de design Museu da Casa Brasileira, o mais tradicional e conceituado prêmio de design do Brasil. Os BLODECs estarão, junto com outros premiados, numa exposição que abre no próximo dia 23/11 na sede do museu, em São Paulo–SP, e vai até o dia 08 de Março de 2020.
Maior apelo estético e decorativo
O BLODEC conta com cinco modelos de cobogós e quatro modelos de nichos, em 13 opções de cores translúcidas. A face externa das peças é polida, com acabamento em alto brilho, semelhante ao cristal. A parte vazada é fosca. Com a incidência da luz (natural ou artificial), o contraste das partes foscas e brilhantes cria efeitos visuais surpreendentes. “Conforme a intensidade da luminosidade e o ângulo de observação, criam–se espetáculos de luzes e sombras, que se projetam nos pisos e paredes e se renovam ao longo do dia, agregando enorme valor ao décor dos ambientes, com infinitas possibilidades”, enfatiza Rubens Szpilman. Os diferentes modelos e cores podem ser combinados entre si, proporcionando arranjos únicos. É possível ainda a encomenda de cores exclusivas e o desenvolvimento de projetos especiais.
Inovação na instalação, sustentabilidade, racionalização de recursos e durabilidade
Além do apelo decorativo, o BLODEC se diferencia pela sustentabilidade e enorme praticidade na instalação e manutenção. As peças são unidas com silicone comum, transparente, em sistema de junta seca, tornando a estrutura impermeável. Elas são coladas em suas quatro faces, cumprindo também a função de vedar a infiltração de água e a entrada de pó entre as peças. Dessa forma, inibe–se o desenvolvimento de fungos, mofo ou a incrustação de sujeira, como pode ocorrer nos outros materiais de cobogós e sua juntas.
A resina colada com silicone tem uma grande resistência estrutural. Dessa forma, dispensa o reforço com vigas ou colunas de ferro. A instalação é limpa e rápida, sem a necessidade de massa, rejunte e sem desperdício de material ou geração de resíduos. Um filme plástico protetor acompanha o produto, para protegê–lo durante o assentamento. O BLODEC pode ser utilizado tanto em áreas internas como externas, em ambientes secos ou úmidos como o banheiro. Numa eventual mudança de casa ou apartamento, as peças podem ser facilmente removidas e reinstaladas noutro local.
Nichos Utilitários
A família BLODEC também conta com a opção de nichos modulares, com maior profundidade que os blocos e que fazem às vezes de prateleiras e estantes, em diversos ambientes. “Essa é uma boa opção para os boxes de banheiro, por exemplo”, explica Szpilman. “A solução agrega diferenciais estéticos e utilitários, com a criação de espaços para acomodar os vários acessórios de banho e higiene pessoal, dentro e fora do box. Outro benefício é a segurança, já que a resina não se quebra como o vidro temperado”, concluí.
Cobogó é um ícone da arquitetura brasileira
O Cobogó é um ícone da arquitetura brasileira. Sua origem remonta ao início do Século XX, em Pernambuco, onde ganhou escala urbana e industrial. Até então era produzido nas próprias obras, de forma improvisada, como uma solução para o preenchimento de paredes e muros, com elementos vazados para ventilação. Em 1929, os engenheiros Amadeu Oliveira Coimbra (Portugal), Ernesto August Boeckmann (Alemanha) e Antônio de Góis (Brasil) tiveram a ideia de lançar o material em escala industrial e patentearam o produto. A junção das iniciais de seus sobrenomes deu origem ao nome o nome Co–Bo–Gó.
“O Cobogó é inspirado no muxarabi árabe, uma tela de madeira vazada que escondia as mulheres dentro das casas e ainda possibilitava a ventilação dos ambientes. Por aqui a novidade foi o surgimento desse elemento numa escala urbana”, explica Roberto Montezuma, professor de arquitetura da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O arquiteto e urbanista Lúcio Costa, ícone da arquitetura modernista no Brasil, foi um grande difusor desse elemento vazado, a partir da década de 50. Passado quase um século de história, o Cobogó continua atual e ganha mais um capítulo em sua rica história, com esta criação inovadora do designer Rubens Szpilman.