Por volta das 6h da manhã desse domingo (12) um deslizamento de terra no complexo do britador do município, na Vila Maestra, Zona Norte de Caxias do Sul, resultou na morte de Luciano Henrique Santos Lacava, 49 anos, há 20 anos funcionário da Codeca.
Ele havia recém chegado, antes do seu horário de costume, quando foi soterrado dentro do prédio do setor administrativo. O vigilante da empresa de segurança Epavi, Felipe Drum da Silva, também estava no local, teve ferimentos leves e foi atendido pelo SAMU.
Horas mais tarde, próximo das 11h, um segundo deslizamento de terra atingiu a usina de asfalto da Codeca, também parte do complexo. O equipamento foi totalmente destruído. Não há previsão para a retomada do funcionamento e produção de asfalto. Como o britador fica na mesma área, totalmente isolada, também não poderá ser utilizado tão cedo.
O Prefeito Adiló lamentou o trágico acontecimento e o falecimento de Luciano, conhecido pelo colegas como Zoinho. “Muito difícil o que aconteceu, é tudo que vínhamos lutando até agora, proteger vidas e hoje tivemos esta fatalidade. Junto com a perda deste servidor, perdemos a principal resposta do município de enfrentamento deste quadro de desastre ambiental. Todo nosso complexo de britagem está isolado, a usina de asfalto destruída e não é de um dia pro outro que vamos conseguir reverter”.
Adiló conclamou que as pessoas respeitem a orientação da Defesa Civil e dos bombeiros e deixem suas casas a qualquer sinal de alerta e se protejam em lugares seguros. Com o falecimento de Luciano, Caxias do Sul soma oito mortes em consequência de deslizamentos causados pelas chuvas. Uma mulher, moradora de Galópolis, continua desaparecida. As informações são da Prefeitura de Caxias do Sul.
Nova onda
Nesse final de semana, de acordo com a Prefeitura, as regiões do interior de Caxias do Sul enfrentaram uma nova onda de chuvas torrenciais, demandando ação imediata por parte das equipes da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (SMOSP) e Suprefeituras. As precipitações, que já vinham castigando algumas áreas nos últimos dias, intensificaram-se, resultando em mais deslizamentos de terra e sérios danos em diversas localidades.
Os distritos mais atingidos foram aqueles situados na zona de encostas do município como Galópolis, Vila Cristina, Vila Oliva, Santa Lúcia do Piaí e Forqueta. Nestas áreas, os estragos foram graves devido à falta de cobertura vegetal, resultante de deslizamentos anteriores.
As equipes das Subprefeituras efetuaram rondas e mobilizaram-se para atender aos chamados da população e implementar medidas emergenciais. Dentre as ações realizadas, destacam-se a liberação de passagens para moradores em áreas isoladas, reparos em trechos danificados de estradas e remoção de obstáculos para evitar o isolamento de comunidades inteiras.
No sábado, em Vila Oliva, a cabeceira de uma ponte sobre o Arroio Monjolo cedeu, deixando três famílias isoladas. A Subprefeitura enviou equipes ao local para sinalizar a área e iniciar os trabalhos de recuperação, após avaliação técnica. Em Criúva, na Estrada Municipal Professora Noêmia Terezinha Padilha Savichi foram realizados serviços para remover barreiras que bloqueavam a via.
No domingo, novas ocorrências foram registradas em Vila Cristina, onde quedas de barreiras na Estrada Municipal 92 exigiram a intervenção das equipes para liberar a passagem e informar os moradores sobre os riscos. Em Santa Lúcia do Piaí, transbordamentos de arroios interditaram estradas, como a Estrada Municipal Padre Ari Camelo.
Em Vila Oliva foi interditada em novos pontos a Estrada Municipal Luiz Daneluz, que liga à ponte do Raposo e foi removida uma barreira na Estrada Municipal Firmino Frizzo. Também houve registro de alagamentos na área central de sede do distrito. Já em Vila Seca, as ligações entre comunidades foram interrompidas devido à cheia dos arroios Sepultura e Korff.
Em Fazenda Souza, a Estrada Municipal Firmino Bossardi, que liga à comunidade São Roque, apresentou sérias rachaduras, exigindo reforço na sinalização e a recomendação de evitar o tráfego de veículos pesados até segunda ordem, devido aos riscos de deslizamentos.
Diante do cenário, a população é orientada a permanecer em casa, saindo apenas em caso de extrema necessidade, devido às condições precárias das vias e aos riscos de novos incidentes. A SMOSP continua monitorando a situação e trabalhando para minimizar os impactos das chuvas na região.