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Por Redação O Sul | 9 de setembro de 2019
O desmatamento na Amazônia brasileira praticamente dobrou entre janeiro e agosto, totalizando 6.404,4 km², frente aos 3.336,7 km² no mesmo período de 2018, segundo dados oficiais provisórios divulgados em meio à polêmica internacional envolvendo a preservação da maior floresta tropical do planeta.
Apenas em agosto, 1.700,8 km² foram desmatados, menos do que em julho, quando quadruplicou, porém mais do triplo do que em agosto de 2018 (526,5 km²), de acordo com o sistema Deter de alertas de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O desmatamento no Brasil se mantinha nos níveis dos últimos anos, porém disparou nos últimos quatro meses: 738,2 km² em maio (+34,1%), 936,3 km² em junho (+91,7%) e 2.255,4 km² em julho (+278%), e, agora, 1.700,8 km² em agosto (+91,90%).
Especialistas avaliam que, este ano, o desmatamento poderia chegar, pela primeira vez desde 2008, a mais de 10 mil km². Segundo os especialistas e ambientalistas, a escalada se explica pela pressão de madeireiros e criadores de gado estimulados pelo apoio do presidente Jair Bolsonaro à abertura de reservas indígenas e áreas protegidas para estas atividades e a mineração.
A polêmica aumentou com a multiplicação das queimadas, com 97.972 focos de incêndio em todo o Brasil de janeiro até ontem, uma alta de 53% em relação ao mesmo período de 2018, 51,4%% deles na região amazônica.
Segundo especialistas, é possível que haja mais focos na região amazônica em setembro, uma vez que “o pico do desmatamento é em julho e o do fogo, em setembro”, apontou a diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar. “Que bom que tenha havido menos desmatamento em agosto, mas é preocupante, porque há três vezes mais do que no mesmo período do ano passado”, afirmou.
O Deter se baseia em dados colhidos por um sistema de alertas sobre o período agosto-julho, que, em seguida, é apurado por outro sistema, chamado Prodes, com o qual são elaborados os relatórios anuais de desmatamento.