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Por Redação O Sul | 24 de maio de 2020
O crescimento da destruição da floresta, já verificado no primeiro trimestre do ano, continua mesmo com o avanço do novo coronavírus.
Foto: Arquivo/Agência BrasilO aumento no desmatamento, as mudanças na fiscalização e o avanço da pandemia entre os povos indígenas marcaram as primeiras 20 semanas do ano na Amazônia e levam à previsão de tendência de alta para este ano, segundo informações do portal G1.
O crescimento da destruição da floresta, já verificado no primeiro trimestre do ano, continua mesmo com o avanço do novo coronavírus. Só primeiros 7 dias de maio, por exemplo, o desmatamento aumentou 64% em relação ao mesmo período de 2019, segundo análise do sistema Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Considerando o acumulado desde o início de 2020, foram 1.536 km² desmatados na Amazônia, alerta o WWF-Brasil. O alto índice colabora para que o Brasil apresente uma previsão contrária à dos demais países durante a pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Segundo análise feita pelo Observatório do Clima, divulgada na quinta (21), as emissões devem subir entre 10% e 20% no Brasil em 2020 em comparação com 2018, quando foram disponibilizados os últimos dados.
O Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sugeriu durante a reunião ministerial de 22 de abril, que seria hora de fazer uma “baciada” de mudanças nas regras de proteção ambiental para evitar críticas e processos na Justiça.
Para ele, o governo deveria aproveitar o momento em que o foco da sociedade e da mídia está voltada para o novo coronavírus para mudar regras. A fala foi documentada em vídeo divulgado na sexta-feira (22) após a autorização do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello.
Depois da divulgação do vídeo, o ministro se justificou em uma rede social. “Sempre defendi desburocratizar e simplificar normas, em todas as áreas, com bom senso e tudo dentro da lei. O emaranhado de regras irracionais atrapalha investimentos, a geração de empregos e, portanto, o desenvolvimento sustentável no Brasil”, disse Salles.
Cobrança
No início de março a AGU (Advocacia-Geral da União) informou que o governo federal cobra, na Justiça, o valor de R$ 1,3 bilhão pelo desmatamento na Amazônia Legal. Segundo a AGU, o número corresponde a 29 ações civis públicas protocoladas na ocasião, além de outras enviadas em dezembro do ano passado à Justiça. Nos processos, grandes infratores são cobrados a ressarcir os prejuízos causados pela exploração ilegal de madeira e atividades irregulares de pecuária.
As áreas foram desmatadas ao longo do tempo em decorrência de atividades econômicas ilícitas nos Estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Mato Grosso e Amapá. A cobrança faz parte do trabalho da Força-Tarefa da Amazônia, composta por procuradores da AGU que atuam junto ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e ao ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). O grupo foi criado em setembro do ano passado.
Na mesma data o vice-presidente Hamilton Mourão anunciou reunião do Conselho da Amazônia, que aconteceu no final daquele mês, para apresentação de plano com os objetivos e metas das ações para a proteção, preservação e desenvolvimento da região Amazônica. O colegiado é coordenado pela Vice-Presidência e reúne 14 ministérios.