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Brasil Destituição de Tasso Jereissati da presidência interina do PSDB teve o apoio do Palácio do Planalto para evitar “divórcio litigioso” do partido

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Senadores Tasso Jereissati (E) e Aécio Neves. (Foto: Divulgação)

O movimento feito pelo senador Aécio Neves (MG) ao destituir o colega Tasso Jereissati (CE) da presidência interina do PSDB teve o apoio do Palácio do Planalto. Na avaliação do núcleo político do governo, a estratégia pode ter impacto na operação que vinha sendo capitaneada por Tasso para o partido desembarcar do governo.

Nos bastidores, auxiliares do presidente Michel Temer afirmam que “uma coisa é a separação amigável e, outra, o divórcio litigioso”. No núcleo político do Planalto, o diagnóstico é de que os tucanos, hoje com quatro ministérios, podem até decidir deixar a equipe na convenção de 9 de dezembro, mas cargos da “cota pessoal” do presidente devem ser preservados.

O novo presidente interino do PSDB, Alberto Goldman, é aliado do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, e do senador José Serra (PSDB-SP). Tasso vai disputar o comando do PSDB com o governador de Goiás, Marconi Perillo, e quer que o partido desembarque do governo. Goldman e Marconi Perillo são favoráveis à permanência.

Além do Itamaraty, os tucanos comandam ainda o Ministério das Cidades, com Bruno Araújo, a Secretaria de Governo, com Antonio Imbassahy, e dos Direitos Humanos, nas mãos de Luislinda Valois.

Pressionado por deputados do Centrão, Temer disse na quinta-feira (09) que uma reforma ministerial “será inevitável” para assegurar a aprovação das mudanças na Previdência. Evitou, porém, fixar uma data para as trocas na equipe. O Centrão – composto por partidos médios, como o PP, o PR e o PTB – exige a substituição de Imbassahy, responsável pela articulação política com o Congresso, e quer a pasta das Cidades, que tem orçamento mais vistoso.

Antecipação

Temer planeja antecipar a reforma ministerial para janeiro de 2018, a fim de começar uma “nova etapa” de seu governo. Antes, as mudanças estavam previstas para o início de abril, quando quem for disputar as eleições tem de deixar o cargo. Dos 28 ministros, 18 podem ser candidatos em 2018.

“Eu saberei o tempo para fazer a reforma ministerial. É algo que, toda vez que você governa, está sempre em cogitação. Eu saberei o momento certo”, disse Temer, após participar do lançamento do Projeto Avançar, que promete investimentos de R$ 130 bilhões para retomar obras paradas até 2018. “Reconheço que há pleitos e, como muitos ministros vão deixar os cargos, é claro que a reforma será inevitável.”

Os aliados cobram que as trocas sejam feitas até o fim do ano, sob pena de paralisarem as votações, como a da Previdência. O líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), chegou a dar um ultimato. “Ou muda [o ministério] ou não vota mais nada”, disse. Após conversar com o presidente na quarta-feira, Lira afirmou ter saído confiante de que a reforma seria feita ainda este ano. Ao ser indagado se a mexida no Ministério poderia ocorrer antes de janeiro, Temer respondeu rápido: “Acho que não”.

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