Após a enchente de maio deste ano, a Escola de Educação Infantil Mário Frigo, localizada no bairro Farrapos, em Porto Alegre, inaugurou suas novas instalações nesta terça-feira (12), após um processo de revitalização conduzido pelos Arquitetos Voluntários. Durante a enchente, as águas chegaram a quase dois metros de altura na creche, situada na Rua Maria Paula Leal, 200. Em setembro, as atividades foram gradualmente retomadas, enquanto as obras ainda estavam em andamento.
Em função dos danos causados pelas chuvas, a recuperação incluiu a construção de um novo refeitório, vestiário e banheiro acessível. Seis salas de aula, uma de coordenação, uma de planejamento, a cozinha e três banheiros também foram restaurados. Mais de cem crianças, de zero a seis anos, passaram a frequentar o local em tempo integral.
“A reabertura da creche marcou um novo começo para mais de cem crianças, oferecendo à comunidade um espaço fundamental de educação e reafirmando nosso compromisso com o futuro. Este é um exemplo que renovou não apenas as estruturas, mas também as esperanças de uma comunidade inteira”, destacou a diretora operacional dos Arquitetos Voluntários, Bianca Russo.
A Escola Mário Frigo foi a quinta instituição revitalizada desde as chuvas de maio. Na próxima semana, a ONG Vida Breve, em Taquara, será entregue, finalizando as seis ações da “Missão Reconstrução RS”, que beneficiarão diretamente mais de 1,2 mil crianças.
O projeto foi coordenado pela arquiteta e urbanista Karol Almeida, da Kopa Coletiva Arquitetura Popular. “Assim como o sol volta após a chuva, a reconstrução vai além das paredes, trazendo dignidade e esperança. A escola é parte essencial da comunidade, oferecendo apoio às crianças e a todos ao redor”, pontuou Karol. “Depois de encontrar a escola quase submersa, reabri-la foi um sonho realizado”, declarou Cristiane Campos Garcia, coordenadora pedagógica da escola. A reforma contou com recursos financeiros do Instituto Mari Johannpeter, além de doações de parceiros como a Monte Bravo Corretora, o Instituto Franco e a Portobello.
A Associação Arquitetos Voluntários foi criada por sete arquitetos em 2020, com o objetivo de construir espaços de acolhimento e descompressão destinados aos profissionais da linha de frente no combate à Covid-19. Durante a pandemia, o projeto arrecadou R$ 4,5 milhões em doações de insumos, beneficiando mais de 22 mil profissionais da saúde em Porto Alegre, Região Metropolitana, Serra e São Paulo. Mais de 300 empresas apoiaram a iniciativa, contribuindo com recursos financeiros, produtos, materiais e mão de obra.
Diante da catástrofe climática que devastou o Rio Grande do Sul em maio de 2024, o grupo retomou as ações por meio da Missão Reconstrução RS. Nessa nova etapa, o foco dos Arquitetos Voluntários esteve na reforma de creches, escolas infantis e abrigos permanentes não governamentais atingidos pelas enchentes. A Associação contou com mais de 130 voluntários multidisciplinares e desenvolveu suas atividades com recursos provenientes de doações de pessoas físicas e empresas.