Além das ações de combate aos incêndios que vêm ocorrendo em diversas regiões do País, é preciso que a população esteja orientada sobre como se proteger e evitar, sempre que possível, a exposição aos poluentes e à fumaça intensa e à neblina, causadas pelo fogo. Quando isso não for possível, é fundamental colocar em prática algumas medidas de proteção.
Entre as recomendações do Ministério da Saúde estão o aumento da ingestão de água e de líquidos, como medida para manter as membranas respiratórias úmidas e, dessa forma, ficarem mais protegidas. O tempo de exposição deve ser reduzido ao máximo, devendo manter a permanência em local ventilado dentro de casa, se possível com ar condicionado ou purificadores de ar.
A qualidade do ar em São Paulo foi considerada, na quarta-feira (11) uma das piores do mundo pelo terceiro dia consecutivo. O monitoramento foi feito pela empresa suíça de tecnologia IQAir, que acompanha as condições da poluição em grandes cidades.
O infectologista Jesem Orellana, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), avalia que a situação atual exige o uso dessas máscaras mais sofisticadas, uma vez que, segundo ele, “a qualidade do ar ainda está em patamares insalubres” e “há muitos dias”. “Não estamos falando de exposição a poluição tóxica curta ou esporádica, e sim exaustiva”, afirma.
Para ele, as máscaras cirúrgicas, mais simples, até podem barrar apenas o material em suspensão de tamanho maior das fumaças, mas não filtra as micropartículas (PM 2.5), que são justamente as que estão mais associadas com os problemas de saúde.
“Nessas condições de duradoura exposição à fumaça tóxica, usar máscara doméstica ou de pano ajuda muito pouco e pode dar a falsa sensação de proteção, especialmente em pessoas mais vulneráveis, como aqueles com doença pulmonar crônica ou outras doenças pré-existentes”, diz.
Para reduzir a entrada da poluição externa, durante os horários com elevadas concentrações de partículas, as portas e as janelas devem ser mantidas fechadas. As atividades físicas devem ser evitadas em horários de elevadas concentrações de poluentes do ar, e entre o meio-dia e as 16h, quando as concentrações de ozônio são mais intensas.
Sintomas
Ao sinal de sintomas respiratórios ou outras ocorrências de saúde a pasta indica a busca imediata de atendimento médico.
“Pessoas com problemas cardíacos, respiratórios, imunológicos, entre outros, devem?buscar atendimento médico para atualizar seu plano de tratamento, manter medicamentos e itens prescritos pelo profissional médico disponíveis para o caso de crises agudas, buscar atendimento médico na ocorrência de sintomas de crises e avaliar a necessidade e segurança de sair temporariamente da área impactada pela sazonalidade das queimadas”, completou.
Sob a coordenação do Ministério da Saúde, o monitoramento de áreas que sofrem a influência da queima de biomassa é um dos campos de atuação da Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do Ar (VIGIAR) e da Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde.
Os dados desse monitoramento são enviados, semanalmente, pelo Ministério da Saúde aos Estados e ao Distrito Federal no Informe Queimadas, com orientações para evitar a exposição da população às condições adversas.
Recomendações
Veja as recomendações de saúde em época de queimadas
• Aumento da ingestão de água e de líquidos para manter as membranas respiratórias úmidas e, dessa forma, ficarem mais protegidas;
• Reduzir o tempo de exposição à fumaça;
• Ficar em local ventilado dentro de casa, se possível com ar condicionado ou purificadores de ar;
• Manter portas e janelas fechadas para reduzir a entrada da poluição externa, principalmente durante os horários com elevadas concentrações de partículas;
• As atividades físicas devem ser evitadas em horários de elevadas concentrações de poluentes do ar, e entre o meio dia e as 16h.