Sexta-feira, hein? Não teria data melhor parar comemorar o dia do destilado tão conhecido por ser democrático e estar presente desde as mesas de bares mais simples a requintados restaurantes. Durante muito tempo, o sabor marcante e o alto teor alcoólico, que pode variar entre 38% a 48%, afastou apreciadores de bebidas de experimentar as sensações de uma boa cachaça. Porém, atualmente, ela é a segunda bebida mais vendida no país.
Grande parte desse lucro vem da variedade do produto, algumas adoçadas e outras envelhecidas em barris de madeira, como carvalho e amburana. O preço também é bem flexível, podendo custar R$ 1mil a garrafa.
O pagamento de tributos para a produção da cachaça é um dos desafios para os produtores. De um universo de quase de 1,5 mil empresários registrados no Ministério da Agricultura, pouco mais da metade está incluída no Simples Nacional e tem uma carga tributária simplificada.
A bebida, porém, tem tudo para ganhar mais espaço dentro e fora do país. O acordo recente entre Mercosul e União Europeia não permite que nenhuma outra bebida seja comercializada com o nome “cachaça”.
História da Cachaça
O produto teve origem no Brasil colonial e além de ter um grande potencial de mercado e uma enorme relevância econômica, tem uma conexão extremamente importante com a realidade brasileira.
No início, a cachaça era unicamente destinada aos escravos, já que era considerada uma bebida de pouca qualidade. Os senhores de engenho e os homens livres da época preferiam apreciar as de origem europeia, com destaque para a bagaceira e o vinho do porto. Mas com o passar do tempo e maior desenvolvimento da economia concentrada na produção e exportação de cana de açúcar, o produto começou a ser mais valorizado e até comercializado.
Passou a ser exportado para países da Europa e da África e até a ser utilizado como moeda de troca para a compra de escravos. Um dos episódios mais relevantes para a história da bebida, é o momento em que o uso econômico da bebida como moeda de troca e como produto de exportação tornou-se tão relevante que passou a representar uma ameaça para as táticas econômicas de Portugal.
Durante o período de independência do Brasil em relação a Portugal, a cachaça virou símbolo de resistência e brasilidade. As missas durante a Revolução de Pernambuco, por exemplo, não eram celebradas com vinho, pois era um símbolo português, então, celebravam a missa católica com a bebida brasileira.
Embora os processos de produção da cachaça mantenham alguns princípios semelhantes sob os quais foram descobertos, o uso tecnológico influenciou diversos aspectos e modificou a maneira como ela é feita. Nos tempos em que surgiu, o produto não contava com equipamentos de ponta para a destilação, por exemplo, o que hoje é comum na produção de qualquer bebida destilada. Além disso, o controle da qualidade da produção em todas as suas fases fez com que o líquido ficasse mais puro.