Sábado, 21 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 17 de outubro de 2023
O anúncio ocorreu após um bombardeio contra um hospital de Gaza deixar centenas de pessoas mortas.
Foto: ReproduçãoO grupo libanês Hezbollah anunciou que esta quarta-feira (18) será “um dia de raiva sem precedentes” contra Israel. O anúncio ocorreu após um bombardeio contra um hospital de Gaza deixar centenas de pessoas mortas. Ainda não se sabe a autoria do ataque. As autoridades palestinas responsabilizam Israel pelo ataque aéreo. O governo israelense diz que o bombardeio foi disparado pela Jihad Islâmica.
O comunicado divulgado pelo Hezbollah nesta terça (17) diz: “O ataque revela a verdadeira face criminosa desta entidade e do seu patrocinador… os Estados Unidos, que têm responsabilidade direta e total por este massacre”.
Nesta quarta-feira também deve ocorrer a visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a Israel. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, chegou a cancelar uma reunião agendada com o presidente americano após o ataque. Biden adiou a visita que faria à Jordânia. Conforme a Casa Branca, o presidente americano enviou “as mais profundas condolências” às vítimas da “explosão em hospital” de Gaza. Biden se encontrará presencialmente com Netanyahu para reafirmar a solidariedade dos Estados Unidos a Israel.
Pelo menos 500 pessoas foram mortas após um ataque aéreo atingir o Hospital Baptista Al-Ahli, no centro da cidade de Gaza, nesta terça-feira, segundo o Hamas.
Uma nota do Ministério da Saúde palestino ressalta que muitas pessoas ainda permanecem enterradas sob os escombros.
“Um novo crime de guerra cometido pela ocupação no bombardeamento do Hospital Al-Ahli Arabi, no centro da Cidade de Gaza, resultando na chegada de dezenas de mártires e feridos ao Complexo Médico Al-Shifa devido ao bombardeamento”, destaca o comunicado, alegando que Israel teria sido responsável pelo caso.
“Deve-se notar que o hospital abrigava centenas de pacientes, feridos e pessoas deslocadas de suas casas à força devido aos ataques aéreos”, adiciona a nota.
O Hamas divulgou um comunicado classificando o ato como “genocídio”. “O massacre do Hospital Al-Ahli, no coração da Faixa de Gaza, é um genocídio. Chega de silêncio sobre a agressão e a imprudência da ocupação”, colocou o grupo armado.
O governo de Israel responsabilizou a Jihad Islâmica pelo ataque. Além disso, Tal Heinrich, porta-voz do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, disse que “as IDF [Forças de Defesa de Israel] não têm como alvo hospitais”, acrescentando: “nós apenas temos como alvo redutos, depósitos de armas e alvos terroristas do Hamas”.
De acordo com a agência Reuters, o porta-voz da Jihad Islâmica Palestina negou que o grupo seja responsável pelo ataque.
O primeiro-ministro israelense, Benjamein Netanyahu, por sua vez, culpou os “terroristas bárbaros em Gaza” por “atacarem” o Hospital Batista Al-Ahli.
“Para que o mundo inteiro saiba: os terroristas bárbaros em Gaza são aqueles que atacaram o hospital em Gaza, não as FDI [Forças de Defesa de Israel]”, afirmou Netanyahu em comunicado.
“Quem assassinou brutalmente nossos filhos também está assassinando seus filhos”, acrescentou. O Ministério das Relações Exteriores Palestino classificou o ataque ao Hospital Batista Al-Ahli como um “massacre a sangue-frio”.
O ataque “permanecerá para sempre uma mancha na consciência da humanidade, que tem testemunhado os horrores cometidos contra o povo palestino sem tomar medidas para impedi-los”, pontua o comunicado.
“Todas as regras do direito internacional estão sendo destruídas à medida que milhares de pessoas são massacradas impiedosamente e milhões de pessoas estão sendo despojadas da sua humanidade, sujeitas a assassinatos injustificados, à fome e a transferências forçadas, sem fim à vista, enquanto as forças de ocupação israelenses continuam atacando a Faixa de Gaza, com milhares de mísseis e bombas visando áreas civis por via aérea, terrestre e marítima e ameaças de cometer assassinatos em massa”, ressalta a nota.