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Dia Nacional de Manifestações teve protestos em 26 Estados e no Distrito Federal

Protestos ocorreram na sexta-feira e contaram com a participação de servidores públicos e centrais sindicais. Na Capital gaúcha, os atos encerraram-se em frente ao Palácio Piratini. (Foto: Jackson Ciceri/o Sul)

Servidores públicos e centrais sindicais realizaram na sexta-feira o Dia Nacional de Manifestações contra o ajuste fiscal e a lei que regulamenta a terceirização, assuntos em discussão no Congresso Nacional. Em algumas capitais, escolas ficaram sem aulas e houve paralisação de ônibus e metrô. Houve protestos e paralisações no Distrito Federal e nos 26 Estados do País.
O ajuste é uma série de medidas para reequilibrar as contas públicas. Na prática, significa cortar despesas do governo e elevar a arrecadação – pelo aumento de impostos e outras receitas. Entre as ações, estão projetos que dificultam o acesso a benefícios sociais como o seguro-desemprego e abono salarial, que já foram aprovados na Câmara dos Deputados.
O projeto de lei sobre a terceirização é criticado porque permite que as empresas contratem terceirizados para atividades-fim. Em uma universidade, por exemplo, além de funcionários da limpeza e segurança, os professores também poderiam ser terceirizados. O texto foi aprovado na Câmara e agora é debatido no Senado.
Em São Paulo, manifestantes foram agredidos por policiais militares em protesto próximo à USP (Universidade de São Paulo). Uma mulher foi atingida com spray de pimenta no rosto, levou uma rasteira e um soco. Cinco pessoas ficaram feridas. Até ontem, a Polícia Militar ainda não havia se pronunciado.
Moradores da Região Metropolitana do Recife (PE) não tiveram opção de transporte público: ônibus e metrô estavam parados. Muita gente lotou os pontos no início do dia e, à tarde, os grandes terminais estavam vazios.

Porto Alegre
A sexta-feira também foi marcada por atos na Capital gaúcha, em apoio ao Dia Nacional de Manifestações. Nos protestos houve a participação de metalúrgicos, integrantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e estudantes da Ufrgs (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), que bloquearam as ruas de Porto Alegre. Os grupos se concentraram em frente à Fecomércio-RS e, após, seguiram em caminhada até o Palácio Piratini, onde os atos foram encerrados.
Outro grupo, formado por manifestantes ligados à CUT, realizou uma caminhada pela avenida Farrapos, encerrada na Fecomércio-RS. Segundo a EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação), em torno de 300 pessoas participaram do ato.
Em outro ponto da cidade, na rótula do Papa, centrais sindicais se juntaram para uma caminhada até o Centro. Os servidores públicos estaduais aproveitaram a sexta-feira de mobilização contra o ajuste fiscal e a terceirização para protestar contra o parcelamento de salários. Com faixas e cartazes, dezenas de pessoas percorreram ruas entre o Tribunal de Justiça do RS e o Piratini.
Após as passeatas, o protesto contra a redução de direitos trabalhistas, convocado pelas centrais sindicais, foi encerrado em frente ao Piratini. Segundo os manifestantes, mais de 10 mil pessoas chegaram a se concentrar no Centro Histórico.
Em frente ao Piratini, os pronunciamentos de dirigentes de CUT, CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Cpers-Sindicato (Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul) e outras entidades mobilizaram os trabalhadores para a construção de uma greve geral. O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, disse que não há uma data prevista para a convocação de uma greve.
transporte público
Rodoviários e metroviários também realizaram paralisação na manhã de sexta-feira, em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Linhas de ônibus da maioria das empresas não saíram das garagens no começo da manhã. As estações de trem estavam fechadas. Os ônibus da Carris voltaram a funcionar às 8h30min, após negociação com a Brigada Militar. Por volta do mesmo horário, os veículos da Unibus e da Conorte também voltaram a circular. À tarde, a movimentação dos ônibus voltou ao funcionamento normal na Capital.

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