Quarta-feira, 01 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de setembro de 2019
O Dia Nacional do Doador de Órgãos comemora-se nesta sexta-feira, 27 de setembro. Somente no Brasil, mais de 35 mil pacientes esperam por um transplante ou algum tipo de tecido. Infelizmente, muitas pessoas ainda morrem antes de receber a doação. Esse número poderia ser bem menor, mas metade das famílias ainda não autorizam que o ente falecido sirva como doador.
O Brasil possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Atualmente, cerca de 96% dos procedimentos são financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Antes de receber uma doação, uma equipe multidisciplinar presta uma assistência integral e gratuita para os pacientes. O acompanhamento inclui exames preparatórios, cirurgia e medicamentos pós-operatórios.
“O transplante renal não é uma cura, é um tratamento, o paciente que faz um transplante tem que tomar medicação a vida inteira e ter acompanhamento de seu médico e da equipe transplantadora a cada dois meses para sempre, mas ele terá uma boa qualidade de vida”, explicou a médica nefrologista, Clotilde Druck Garcia.
Existem dois tipos de doadores. Para quem está vivo, basta que a pessoa concorde com a doação e que o procedimento não prejudique a própria saúde. Já para doadores falecidos, o paciente precisa ter a morte encefálica atestada por dois médicos, com exames clínicos e de imagem. Nesse caso, apenas os familiares podem autorizar a doação.
A enfermeira Kelen Machado, que atua na equipe especializada em abordagem do complexo Santa Casa de Misericórdia, em Porto Alegre, explicou como falar com as pessoas que perderam seus familiares para conseguir a doação de órgãos.”Inciando com acolhimento, essas famílias que estão em um momento de luto, de perda muito grande e quando se tem a possibilidade de falar então na doação de órgãos, explicando o bem que isso pode trazer para a sociedade, para tantas pessoas que aguardam na fila”.
No ano passado, 627 cirurgias foram realizadas no Hospital Dom Vicente Scherer, a unidade de transplantes da Santa Casa de Misericórdia. Em Porto Alegre, o setor é referência internacional na área e responsável por mais da metade dos procedimentos no Rio Grande do Sul. E é onde a porto-alegrense Bárbara Goettems realiza o tratamento. Aos 15 anos, ela descobriu que tinha hipertensão arterial pulmonar, uma doença rara, crônica, progressiva e incapacitante. Hoje com 24 anos, a jovem aguarda por um doador de pulmão.
“O transplante representa toda liberdade, a autonomia sendo resgatada por uma vida mais próxima do normal. O transplante é uma nova possibilidade de renovações ou continuar projetos, é um presente receber o transplante, porque é uma vida nova”, relata Bárbara.
O Setembro Verde é um movimento que busca chamar atenção para a doação de órgãos. Com o lema “Um Salva Oito”, a Santa Casa mantém uma campanha permanente sobre o assunto. O objetivo é conscientizar a população brasileira.