Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 30 de junho de 2019
A Polineuropatia Diabética (PND), uma complicação que afeta 50% dos pacientes, é o fator causal mais importante para as úlceras nos pés dos pacientes diabéticos e precedem 85% das amputações.
Segundo o Ministério da Saúde, 70% das cirurgias para amputação de membros inferiores (pernas, pé, dedos dos pés) no Brasil têm como causa o diabetes mal controlado: são 55 mil amputações anuais.
“Seu aparecimento pode ocorrer quando a circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal controlados, ” explica o Dr. Airton Mota Moreira, médico da CRIEP – Carnevale Radiologia Intervencionista Ensino e Pesquisa.
Os sintomas de PND nem sempre são reconhecidos, anormalidades nos pés, como sensação de queimação, formigamentos, dormência, dor (facada, pontada), fraqueza, fadiga ou câimbras podem estar presentes. Podem haver ainda mudanças na temperatura, cor, deformidade dos ossos do pé ou tecidos dessa região, presença de inflamação ou mesmo infecção.
O tratamento será instituído conforme o grau de isquemia, por meio do uso de medicamentos e exercícios, para casos leves. Quando a situação é mais grave haverá necessidade de realizar procedimentos minimamente invasivos como a angioplastia percutânea ou mesmo cirurgia para reconstituir a chegada de sangue.
A angioplastia é um tipo de tratamento realizado por meio da dilatação dos estreitamentos arteriais utilizando cateteres-balões ou implante de stents. O acesso poderá ser feito a partir de uma artéria periférica, com auxílio de Raios X.
“Normalmente utilizamos anestesia local, e o paciente fica na unidade hospitalar por pelo menos 24 horas para controle clinico. Utilizando técnicas modernas como estas, se diagnosticada a tempo, podemos evitar e tratar a isquemia descompensada dos membros, com mínimo risco de complicações, se comparado à cirurgia convencional, assim como evitar amputações desnecessárias, ” finaliza o Radiologista Intervencionista.
Mitos
Diabetes é uma doença exclusiva de pessoas obesas
Embora 90% dos casos de diabetes sejam do tipo 2, que acomete em geral pessoas adultas e obesas, há os 10% de diabetes do tipo 1, que ocorre em crianças e adolescentes e tem origem genética, sem relação com a obesidade.
Existe diabetes emocional
Muitos pacientes acham que o diabetes que têm foi causado pelo estresse, mas isso não existe. Quando a pessoa tem uma predisposição à doença, o estresse pode ativar os hormônios que farão com que ela se desenvolva. Mas o estresse, por si só, não causa diabetes.
Quem come muito açúcar desenvolverá diabetes
O consumo de açúcar não tem a ver com um possível desenvolvimento de diabetes. Há quem coma muito açúcar e pratique muito exercício, ou seja, há uma compensação e o açúcar não chega a prejudicar a saúde. O problema é comer muito açúcar ou muita gordura, não se exercitar e chegar à obesidade. Aí sim existe o risco, mas é pela situação geral, não apenas por causa do açúcar.