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Por Redação O Sul | 27 de julho de 2017
Os efeitos de eventos climáticos sobre a produção no campo vêm exigindo do produtor um maior conhecimento em relação à área plantada. O Rio Grande do Sul registrou no outono deste ano fortes chuvas que trouxeram prejuízos para algumas lavouras, principalmente as que apresentavam solo compactado. Até mesmo as que não tinham esse problema registraram erosão pela intensidade das precipitações. No entanto, o solo compactado sofreu mais porque absorveu menos água e ocorreu um escorrimento superficial, o que aumentou o risco de erosão.
Mesmo que com a entrada do inverno as precipitações tenham registrado uma redução, muitos produtores ainda se preocupam com a possibilidade de voltarem a enfrentar prejuízos em suas lavouras. Conforme a meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, no início de 2017 as temperaturas do Oceano Pacífico ficaram acima da média chegando a sinalizar a possibilidade em algum momento do ano de ocorrer o fenômeno climático El Niño, que no Brasil provoca o aumento da chuva sobre a Região Sul do país. Afirma, porém, que no final do outono os prognósticos de institutos internacionais da Austrália e Estados Unidos começaram a avaliar que não haveria o fenômeno este ano. “O que se espera daqui para a frente é a continuidade de um quadro de neutralidade climática, sem o El Niño. E para agosto a previsão é de chuva dentro da média, ou seja, deverá chover mais do que em julho”, destaca Estael.
A prevenção, no entanto, deve ocorrer mesmo sem a estimativa de El Niño. É importante que o produtor faça o diagnóstico da sua lavoura para evitar problemas em anos seguintes com a compactação do solo. De acordo com o engenheiro Marcio Albuquerque, diretor da Falker, empresa brasileira especializada em equipamentos e softwares para agricultura de precisão, a solução da compactação não é de curto prazo. “O importante é fazer a prevenção durante o próximo ciclo. A questão física do solo tem que ser trabalhada a longo prazo. E a primeira providência é mapear a compactação por meio de medidores específicos de compactação. Com isso, o agricultor ao longo da próxima safra poderá direcionar as suas ações nas áreas onde tem maiores problemas”, explica.
Albuquerque destaca que após o produtor diagnosticar onde ocorrem problemas em sua lavoura, poderá fazer ações preventivas ao longo das próximas safras. Ele alerta, ainda, que o trabalho de construir uma boa condição física do solo independe da quantidade de chuva. “Também é importante fazer a prevenção para quando há falta de chuva. O solo sem compactação consegue absorver e reter mais água, permitindo uma resistência maior das lavouras em épocas de menor precipitação”, observa.