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Dieese calcula em mais de R$ 6 mil o valor do salário mínimo ideal no Brasil

Já em relação ao valor do conjunto de alimentos que compõem a cesta básica, houve uma redução em 16 das 17 capitais pesquisadas. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O salário mínimo ideal para sustentar uma família de quatro pessoas no Brasil deveria ter sido de R$ 6.298,91, calculou o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), com base em uma pesquisa de preços dos itens da cesta básica divulgada nesta terça-feira (06). Já em relação ao valor do conjunto de alimentos que compõem a cesta básica, houve uma redução em 16 das 17 capitais pesquisadas.

Porto Alegre foi a segunda Capital onde houve o maior custo (R$ 748,06) no preço dos alimentos, sendo superada apenas por São Paulo (R$ 749,78). A comparação do valor da cesta entre agosto de 2022 e agosto de 2021 mostrou que todas as capitais tiveram alta de preço, com variações que oscilaram entre 12,55%, em Porto Alegre, e 21,71%, em Recife.

Entre julho e agosto, as reduções mais expressivas ocorreram em Recife (-3,00%), Fortaleza (-2,26%), Belo Horizonte (-2,13%) e Brasília (-2,08%). A alta de 0,27% foi registrada em Belém.

Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 539,57), João Pessoa (R$ 568,21) e Salvador (R$ 576,93).

Salário

Em agosto de 2022, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.298,91, ou 5,20 vezes o mínimo de R$ 1.212,00. Em julho, o valor necessário era de R$ 6.388,55, ou 5,27 vezes o piso mínimo. Em agosto de 2021, o valor do mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 5.583,90, ou 5,08 vezes o valor vigente na época, de R$ 1.100,00.

Em agosto de 2022, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 119 horas e 08 minutos, menor do que o registrado em julho, de 120 horas e 37 minutos. Em agosto de 2021, a jornada necessária era de 113 horas e 49 minutos.

Quando se compara o custo da cesta e o salário-mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5%, referente à Previdência Social, é possível perceber que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em agosto de 2022, 58,54% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, pouco menos do que em julho, quando precisou usar 59,27%. Em agosto de 2021, quando o salário-mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 55,93%.

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