Mais de quatro horas depois da hora marcada para a abertura da sessão, a base de apoio a Michel Temer ainda nem chegou perto de reunir o quorum necessário para início da votação da segunda denúncia contra o presidente da República nesta quarta-feira (25).
Só 258 deputados registraram presença em plenário até às 12h20min. Em nova sessão, 173 registraram presença até 14h55min. Às 15h30min registrava 246. É preciso ao menos 342. A oposição está esvaziando a sessão com o objetivo de adiar a votação e deixar Temer mais algumas semanas sob desgaste.
Mas vários parlamentares do governo também estão aderindo a esse movimento, o que preocupa aliados de Temer. “Eu não sou oposição, mas o governo diz que vai tratar como oposição quem votar a favor da denúncia. Então o governo que chame a sua base para dar presença porque eu não vou registrar”, diz o deputado Marcos Rogério (DEM-RO). “Assim como eu, vários estão fazendo isso.”
O deputado se refere à ameaça do Palácio do Planalto de tratar como oposição todos aqueles que apoiarem a acusação do Ministério Público. Integrantes do PSDB, principal aliado do governo, também ajudam a esvaziar a sessão.
Denúncia
Nesta segunda denúncia, Temer é acusado pelo Ministério Público de obstrução da Justiça e de integrar, ao lado dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral), uma organização criminosa que teria recebido ao menos R$ 587 milhões em propina.
Segundo Padilha, o governo espera receber entre 260 e 270 votos. O tamanho do placar redimensionará a força de Temer nos 14 meses que lhe restarão de mandato e, por isso, o esforço de seus assessores é para que ele mantenha ou até mesmo amplie os votos da sessão de 2 de agosto, que enterrou a acusação por corrupção passiva que tramitava contra ele. Na primeira denúncia, a acusação contra Temer foi barrada na Câmara com o apoio de 263 deputados.
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