A presidenta Dilma Rousseff disse nessa segunda-feira não ter causas para sustentar o recurso à chamada cláusula democrática do Mercosul que permitiria a exclusão da Venezuela do bloco. O presidente eleito na Argentina, Mauricio Macri, promete invocar a medida assim que assumir o cargo, por considerar que o governo venezuelano tem cometidos crimes e abusos de Estado.
“A cláusula democrática já existe no Mercosul, mas requer fatos determinados. Ela não pode ser usada com base em hipóteses”, criticou durante coletiva de imprensa na COP21, sem detalhar os motivos que levariam à legitimidade do processo.
Dilma lembrou que a cláusula foi invocada em 2012 para suspender o Paraguai após a deposição do presidente Fernando Lugo. “Uma medida assim tem que se basear em fatos consolidados, não de forma genérica.”
Aliada do governo de Nicolás Maduro, Dilma teve sua primeira crítica aberta à Venezuela quando o Itamaraty pediu proteção a opositores e condenou o assassinato do dirigente opositor Luis Manuel Díaz.
“Acho que a cláusula democrática corresponde à Venezuela pelos abusos que está cometendo, a perseguição de seus opositores e da liberdade de expressão”, afirmou o novo chefe de Estado da Argentina.
Apesar das divergências políticas com Dilma, Macri já manifestou seu desejo de que sua primeira visita ao exterior seja no Brasil. (AG)