Convencida de que o momento é grave, de que a ameaça de abertura de um processo de impeachment está colocada e de que só conseguirá garantir a governabilidade se abrir cargos também no segundo e terceiro escalões, a presidenta Dilma Rousseff determinou aos ministros responsáveis pela articulação política que entreguem os postos aos partidos aliados, ainda que isso implique em mais sacrifício ao PT, que já perdeu espaço nos ministérios. As negociações serão conduzidas pelo ministro Jaques Wagner, novo titular da Casa Civil.
“O PT terá de entender o momento grave e a necessidade de governar em parceria, repartindo espaço com os demais partidos da base aliada”, disse um dos interlocutores da mandatária. Esse mesmo interlocutor lembrou que Dilma foi clara e incisiva ao defender a necessidade de abertura do diálogo com os partidos e avisou que todos os ministros têm de reservar horários em suas agendas para atender os parlamentares. “Esta tem de ser uma regra”, insistiu.
O governo tem pressa nesta sinalização, para que todos os aliados tenham certeza de que os compromissos assumidos durante a negociação da reforma ministerial serão cumpridos. Por isso, a coordenação política está agilizando para que, no início da próxima semana, já tenha dados concretos para serem apresentados, criando um clima de mais tranquilidade. A liberação de emendas também é outra exigência dos partidos, que o Planalto sabe que terá de atender. (AE)