Terça-feira, 11 de março de 2025
Por Redação O Sul | 8 de agosto de 2015
A presidenta Dilma Rousseff afirmou nessa sexta-feira, durante a entrega de casas populares em Boa Vista, em Roraima, que ela é uma pessoa que “aguenta ameaças” e que uma democracia “respeita a eleição direta pelo voto popular”.
Além de dificuldades na economia, Dilma enfrenta a pior crise política desde o início do primeiro mandato, com setores da oposição defendendo o afastamento da presidenta e membros do PSDB pedindo novas eleições. No Congresso, o governo sofre sucessivas derrotas e encontra dificuldades para reunificar a base aliada, que se pulverizou e não é mais garantia para aprovação de matérias na Câmara dos Deputados e no Senado.
A popularidade da presidenta também vive o pior momento. Segundo o instituto Datafolha, o governo Dilma tem o maior índice de reprovação (71%) desde a redemocratização do País. “Sou uma pessoa que aguenta ameaças. Sobrevivi a grandes ameaças à minha própria vida. Uma democracia respeita a eleição direta pelo voto popular. Eu respeito a democracia do meu País. Eu honrarei o voto que me deram”, declarou a presidenta na cerimônia de entrega de um conjunto habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida em Boa Vista.
Legitimidade
Dilma afirmou que os votos recebidos na eleição do ano passado dão a ela “legitimidade” para governar. A presidenta disse respeitar a democracia porque sabe o que é uma ditadura – Dilma foi presa política e vítima de tortura durante o regime militar.
“Eu respeito a democracia do meu País. Eu sei o que é viver em uma ditadura. Por isso, eu respeito a democracia e o voto. A primeira característica de quem honra o voto que lhe deram é saber que ele é a fonte da legitimidade e ninguém vai tirar essa legitimidade que o voto me deu”, afirmou ela.
A uma plateia formada em sua maioria por beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida, Dilma disse também que se esforçará para garantir a estabilidade política. Sem entrar em detalhes, afirmou que trabalhará “incansavelmente” por isso.
“Me comprometo a contribuir e a me esforçar pela estabilidade. O País tem uma democracia e, por isso, devemos respeito entre os poderes, entre o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. E eu me disponho a trabalhar incansavalmente para assegurar a estabilidade política do nosso Brasil”, declarou.
Economia
A presidenta dedicou parte de seu discurso para falar sobre o atual cenário econômico do País. Ao reconhecer que o Brasil passa por “dificuldades”, ela destacou que o País é “muito mais robusto” do que em anos anteriores e citou que as reservas cambiais ultrapassam os 300 bilhões de dólares.
“É fato que o Brasil passa por dificuldades, mas é fato também que nós somos hoje um País muito mais robusto e muito mais forte. Pensem na família de vocês. Antes, o Brasil, quando havia qualquer problema, interno ou externo, tendia a ter dificuldade para pagar suas contas externas. Ou seja, não tinha dólar para pagar as contas. Hoje o nosso País tem mais de 300 bilhões de dólares de reserva. Ou seja, nós não quebramos”, disse.
Dilma também citou a ascensão social dos últimos anos. Afirmou que o Brasil é um país majoritariamente de classe média, mas disse também que ainda há “muita coisa a se fazer”.
Minha Casa, Minha Vida 3
A parte inicial do discurso da presidenta foi dedicada ao programa Minha Casa, Minha Vida. Uma das principais bandeiras do governo, o plano foi criado ainda na gestão do ex-presidente Lula com a promessa de construir 1 milhão de moradias. Atualmente, o programa está em sua segunda etapa e, segundo o governo, entregou 2,7 milhões de residências.
No dia 10 de setembro, disse a presidenta, será lançada a terceira fase do programa, com a promessa de entrega de mais 3 milhões de imóveis, informação que ela antecipou no Twitter na última quarta-feira. “Quero dar a vocês uma boa notícia: vamos lançar o Minha Casa, Minha Vida 3. Quando? Alguém perguntou? Eu vou responder. Vamos lançar isso no dia 10 de setembro. E eu quero dizer para vocês que nós fazemos questão de transformar o Minha Casa, Minha Vida em um programa ainda melhor”, disse Dilma. (AG)