Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 20 de maio de 2015
O visual como influência eleitoreira. Essa é a pesquisa que o cabeleireiro pernambucano Thiago Vieira publica em livro, que vai mostrar a relação da política com intervenções de cabelo e barba. Ele traça um panorama de como essas mudanças influenciam trajetórias e ambições políticas. Confira.
Cite casos em que o visual influenciou eleições.
Thiago Vieira – Em 2002, Lula só conseguiu ser eleito quando passou a circular com o cabelo mais arrumado e aparou a barba. Ninguém sabe onde foram parar os óculos de Dilma Rousseff na época em que era ministra da Casa Civil. Quando se candidatou à Presidência, ela abdicou das lentes em armação e passou a hidratar os cabelos. Corte de cabelo é uma marca de credibilidade.
E essa crise política? Se você fosse o cabeleireiro de Dilma, o que faria?
Vieira – Dilma precisa de menos glamour. Precisa ficar menos loira para passar a ideia de sobriedade, adotando tons mais escuros.
A chapinha da Michelle Obama foi estratégica?
Vieira – Sem dúvidas. O cacho ainda passa uma sensação despojada, Quando o político não tem o que mudar, como é o caso de Barack Obama, a responsabilidade fica com a primeira-dama. Veja o que Lady Di representou para o mundo quando o príncipe Charles só passava ideia de tradição.
Quem erra no visual?
Vieira –A viúva de Eduardo Campos, Renata, transmite um ar de descuido: não tem quantidade de cabelo branco suficiente para ser fashion e nem cuida dos brancos que estão lá. Marina Silva, com seu coque, é um caso pensado. Ela é ambientalista, é evangélica, e passa esses valores por meio do visual, representando o índio, o Norte, a Igreja… É um espelho de seus iguais. (Cleo Guimarães/AG)