Segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2023
A ex-presidente Dilma Rousseff rebateu uma passageira que a questionou por viajar de primeira classe em um avião. Em vídeo publicado nas redes sociais nessa quarta-feira (13), a passageira não identificada pergunta: “De primeira classe?”. Dilma responde: “Lógico, querida. Eu sou presidente de banco, querida. Você acha que presidente de banco viaja como?”
Dilma está à frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como “banco dos Brics”, desde março deste ano. Seu mandato na instituição vai até 2025.
A ex-presidente da República é graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Ela chegou a iniciar um curso de mestrado na Universidade de Campinas (Unicamp), mas não o concluiu. No final da década de 1990, Dilma também abandonou um doutorado.
O NBD nasceu em 2015, reunindo os países que formam o bloco econômico (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). À época, Dilma, que era presidente da República, representou o Brasil nas negociações e foi uma das signatárias de sua fundação.
O principal objetivo do banco é disponibilizar capital e empréstimos para fomentar projetos de infraestrutura, desenvolvimento social e sustentabilidade nos países membros.
Direitos
Eleita neste mês a Mulher Economista de 2023 pelo sistema Cofecon/Corecons, Dilma acumula alguns benefícios como ex-presidente do Brasil e atual comandante do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento).
Como chefe do NDB, estima-se que Dilma ganhe cerca de US$ 500 mil (R$ 2,4 milhões) por ano à frente da instituição, equivalente ao valor pago pelo Banco Mundial.
Em Xangai, cargos de chefia têm salário mínimo de US$ 188 mil (R$ 919 mil) por ano, como base. O último relatório publicado não revela a remuneração, mas indica que o presidente e os cinco vice-presidentes receberam ao longo de um ano US$ 4 milhões.
O banco também oferece aos empregados uma série de benefícios, como assistência médica, educacional para filhos, auxílio viagem para o País de origem, subsídios para mudança em caso de contratação e desligamento, e transporte aéreo.
Já como ex-presidente do Brasil, ela não recebe salário fixo. No entanto, todos os ex-presidentes vivos têm o direito de usufruir do serviço de quatro servidores, para segurança e apoio pessoal, além de ter dois motoristas à disposição junto a veículos oficiais da União.
Todos eles são pagos pelo Governo Federal, com salários que podem chegar a até R$ 14 mil.
Os cofres públicos bancam ainda passagens e hotelaria para esses funcionários, além de manutenção e combustível para os veículos. O impacto anual é de, em média, R$ 6 milhões.
Esses benefícios são vitalícios. É o que garante a Lei 7474, aprovada em 1986, durante o governo de José Sarney, e que posteriormente foi alterada e regulamentada nos governos de Itamar, Fernando Henrique e Lula.
Os custos de viagens dos ex-presidentes, no entanto, devem ser bancados por regra com recursos próprios.