Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 13 de setembro de 2015
Empresários fizeram chegar ao governo a avaliação de que, com a perda do grau de investimento do País, a presidenta Dilma Rousseff precisa agir rapidamente e mostrar resultados até outubro. Caso contrário, afirmaram, ficará difícil manter o apoio do setor empresarial, um dos últimos lastros do governo petista. A conjectura foi transmitida a interlocutores da mandatária como um alerta para a necessidade de a petista ser firme na definição de medidas para reequilibrar as contas públicas, a despeito de críticas ao ajuste de setores do PT e do ex-presidente Lula.
Segundo relato feito por dois empresários envolvidos nas últimas articulações para ajudar a segurar Joaquim Levy (Fazenda) no cargo, o setor empresarial ainda prefere que Dilma reaja e se mantenha no governo. Para eles, um processo de saída da presidenta seria ainda mais traumático para a economia brasileira, porque geraria um cenário de maior incerteza a curto prazo, sem falar em reações imprevisíveis de movimentos sociais que apoiam o governo.
Mas duas semanas já se passaram sem que Dilma tenha iniciado seus prometidos cortes adicionais para cobrir o déficit de 30,5 bilhões de reais, exigência dos “barões do PIB” (Produto Interno Bruto) para seguir apoiando seu governo.
Cardápio
Empresários elaboraram um cardápio com sugestões para reduzir o rombo. Ele começa com a necessidade de manter três vetos presidenciais: à extensão do reajuste do salário mínimo para aposentados, à flexibilização das regras para a aposentadoria instituída pelo fator 85/95 e ao reajuste do Judiciário, que, para algumas carreiras, pode chegar a um patamar de 76%.
Outro item dessa “agenda de curto prazo” é a redução de despesas obrigatórias. “Nas próximas cinco ou seis semanas, é preciso encontrar uma forma de compor o Orçamento. Óbvio que não dá para reformar todas as despesas obrigatórias, mas é preciso reformar algumas”, disse um empresário, sob condição de anonimato.
O setor privado propõe ainda a reforma do PIS/Cofins (em estudo pelo Ministério da Fazenda), o aumento da contribuição previdenciária do funcionalismo de 11% para 12%, além da instituição de algum imposto sobre herança –desde que não recaia sobre o patrimônio.