A presidenta Dilma Rousseff usará sua visita aos Estados Unidos, no fim de junho, para “vender” o ajuste fiscal e tentar atrair recursos para o pacote de concessões anunciado na terça-feira (09). A mandatária deve encontrar investidores em Nova York, autoridades em Washington e CEOs de empresas de tecnologia na Califórnia.
O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, deve abrir no dia 29 deste mês um seminário de infraestrutura para empresários em Nova York, no qual vai expor as medidas do ajuste fiscal e o pacote de concessões. Enquanto isso, Dilma e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, reúnem-se com investidores a portas fechadas em um hotel da cidade, para falar das medidas de austeridade e tentar proteger o grau de investimento.
Caso não haja mais detalhes em relação ao modelo das licitações, a ofensiva deve ter recepção morna. Investidores norte-americanos encaminharam uma série de sugestões ao governo brasileiro sobre como tornar as concessões mais atraentes, entre elas fatiar as licitações em projetos menores e mais específicos de cada obra.
Se mudarem os modelos, haveria interesse em investir em portos, ferrovias e aeroportos, unindo-se a construtoras brasileiras médias que não estão em dificuldades por causa dos escândalos de corrupção. De Nova York, Dilma e sua comitiva rumam para Washington, onde participam de um jantar na Casa Branca com um grupo pequeno de convidados.
Dilma deve passar a noite na Blair House, a casa de hóspedes do presidente Barack Obama, ao lado da Casa Branca. Na manhã do dia 30, reúne-se com Obama no Salão Oval. No mesmo dia, o vice-presidente Joe Biden recebe Dilma no Departamento de Estado para almoço com 200 convidados.
A partir daí, a agenda ainda está em negociação. O Brasil demonstrou interesse em um encontro com a ex-secretária de Estado Madeleine Albright, grande amiga da candidata à presidência Hillary Clinton. Também cogitou-se um evento na US Chamber of Commerce, com empresários.
O grande obstáculo é que o Planalto não aceita que a presidenta responda a perguntas da plateia, por receio de que seja submetida a constrangimento. Por isso, foram descartados eventos no Brookings e CSIS, dois dos principais centros de pesquisa de Washington.
De Washington, Dilma deve ir a São Francisco para se reunir com CEOs de empresas de tecnologia. A chefe do Executivo pretende visitar a sede da Google, em Mountain View, e se encontrar com os reitores das universidades Stanford e da Califórnia. (Folhapress)