Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de outubro de 2015
A presidenta Dilma Rousseff vetou, na quinta-feira, o projeto de lei que permitira aos servidores públicos a aposentadoria aos 75 anos. A mudança era esperada — e comemorada — por juízes e servidores desde que entrou em vigor a chamada PEC (proposta de emenda à Constituição) da Bengala, que adiou a aposentadoria compulsória de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), dos tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União.
A proposta (apelidada de PL da Bengalinha) era tão aguardada que gerou uma corrida por liminares nos tribunais, protagonizada por desembargadores que queriam ficar mais tempo nas Cortes. Decisões foram concedidas pelos tribunais de Justiça de São Paulo, de Pernambuco e do Rio de Janeiro permitindo que magistrados se mantivessem na carreira. Para o Supremo, porém, a mudança dependia da edição de uma lei complementar – que acaba de ser vetada pela presidenta.
Pressão de servidores
A norma valeria apenas para quem optasse por se dedicar mais tempo à carreira, mas, nos bastidores do Planalto, comenta-se que a razão do veto foi a pressão de entidades representativas de servidores, contrárias ao aumento no tempo de serviço. A regra valeria para os membros do Poder Judiciário, do Ministério Público, das Defensorias Públicas e dos tribunais e dos Conselhos de Contas.
O texto esperava sanção presidencial desde o dia 29 de setembro, quando o Senado aprovou por unanimidade a proposta, que foi apresentada pelo senador José Serra (PSDB-SP) e passou por algumas mudanças na Câmara dos Deputados, com o acréscimo de duas emendas ao texto original.
No dia 7 de outubro, a Corte analisou o projeto e considerou-o constitucional, mesmo atingindo membros do Judiciário. Em sessão administrativa, os ministros do STF deliberaram, por sete votos a um, que a possível sanção do projeto pela presidenta não infringiria a Constituição. O ministro Luiz Fux foi o único a votar pela inconstitucionalidade da medida.