A diplomacia brasileira estava comemorando na última segunda-feira (22) a entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a correspondentes estrangeiros. A avaliação é que Lula fez correções de rumo nas suas abordagens sobre temas internacionais, nos quais o presidente vinha derrapando e gerando ruídos no mundo diplomático.
O ajuste mais importante foi em relação à eleição na Venezuela. Depois de evitar fazer comentários sobre as declarações do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, Lula condenou as ameaças do colega venezuelano. Maduro afirmou que, se ele não vencer a eleição, haverá um “banho de sangue” e uma “guerra civil” fratricida em seu país.
Lula afirmou na entrevista que já avisou a Maduro: quem ganha fica e quem perde sai, e que é preciso ter um banho de votos e não de sangue na eleição. A declaração do presidente foi mal recebida pelo grupo de Nicolás Maduro.
O presidente brasileiro decidiu enviar seu assessor especial para assuntos internacionais, o embaixador Celso Amorim, para acompanhar a eleição na Venezuela no próximo domingo, em 28 de julho. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também está enviando dois técnicos para atuarem como observadores nas eleições no país vizinho.
Em relação ao atual presidente dos EUA, Joe Biden, Lula também fez ajustes no discurso. Depois de ter não só manifestado apoio a Biden, mas também ter dito que torcia pela vitória dele, na segunda (22), Lula voltou a demonstrar carinho pelo presidente dos EUA, mas afirmou que terá uma relação respeitosa com quem for o vencedor nas eleições dos Estados Unidos.
Biden já desistiu da candidatura à reeleição. Uma pesquisa de intenção de voto da Reuters/Ipsos divulgada nessa terça-feira (23) mostra Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos e favorita a assumir a candidatura democrata, com dois pontos a mais, porém, empatada tecnicamente com o republicano Donald Trump. Kamala está com 44% e Trump, com 42%.
A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais, ou seja, a situação indica um empate técnico. O levantamento foi realizado entre a segunda e essa terça, após a desistência de Joe Biden da corrida presidencial. O estudo entrevistou 1.241 adultos em todos os EUA, incluindo 1.018 eleitores.
A pesquisa sai em um momento em que Kamala conquistou o número necessário de delegados para ganhar a indicação à candidatura democrata nas eleições, segundo um levantamento da Associated Press. Em seu primeiro comício de campanha nesta terça, Kamala atacou Trump e tratou a eleição como uma “escolha entre liberdade e o caos”. As informações são do portal de notícias G1.