O governo Lula avalia internamente que a vitória de Donald Trump na eleição americana e seu retorno à Casa Branca vão alimentar a direita brasileira na busca de suas pautas. Fontes consideram que a anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro de 2023 estará no topo dos temas a ganhar força entre os extremistas.
Internamente, a avaliação é de que o País precisará dar uma resposta institucional a essa tentativa como maneira de mostrar que os Três Poderes do Brasil não compactuam com ataques à democracia. “O Brasil pode mostrar que sabe lidar com seu compromisso democrático melhor que lá [EUA]”, afirma um interlocutor de Lula.
Há euforia entre figuras de destaque da direita brasileira com o retorno de Trump ao centro do debate mundial:
– Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, que chamou a vitória de Trump como “momento histórico”;
– Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, perguntou “qual resposta virá das urnas em 2026”, ao se referir à próxima eleição presidencial brasileira.
Integrantes do governo Lula 3 entendem que a direita brasileira vai fazer de tudo para tumultuar a relação de Lula com Trump, mas que essa movimentação “faz parte do jogo”.
Governistas dizem que montagem do governo Trump 2 indicará se o americano vai adotar a postura radical prometida em parte da campanha, mas que não haverá grande impacto na relação institucional com o Brasil.
Inflação e dólar
A preocupação de Lula e aliados será em controlar a inflação e o dólar com o corte de gastos. Em paralelo, tentarão fazer com que o aperto não seja fatal para Lula em 2026.
Cumprir as duas tarefas é como equilibrar dois pratinhos com as mãos, compara uma fonte, ao dizer que é praticamente “impossível não desagradar alguém”.
A vitória entusiasma a direita brasileira, a começar por Jair Bolsonaro e os seus aliados mais próximos. O ex-presidente do Brasil classificou a eleição do republicano como crucial para a corrida presidencial ao Palácio do Planalto em 2026.
“A volta de Trump é a certeza de um mundo melhor”, disse Bolsonaro em um vídeo de apoio à eleição de Trump divulgado no domingo (3).
A torcida pelo americano vem da afinidade pessoal entre ele e Bolsonaro, mas vai além, com a convergência de pautas conservadoras e repulsa comum ao chamado globalismo. As informações são do G1 e da Gazeta do Povo.