O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou em entrevista nesta terça-feira (9) ter “convicção” de que as investigações sobre a execução da vereadora Marielle Franco serão concluídas até o fim de março.
No mesmo mês em 2018, a parlamentar e o motorista Anderson Gomes, que dirigia o carro em que ela estava, foram alvos de vários tiros disparados por homens a bordo de outro veículo, em uma rua no Centro do Rio de Janeiro. Até hoje não se sabe quem mandou matar e vereadora e o motivo do crime. Dois acusados de executar as vítimas estão presos.
Segundo Rodrigues, os investigadores entregarão à Justiça Federal os nomes dos possíveis mandantes: “É importante dizer que estamos há um ano à frente de uma investigação de um crime que aconteceu há cinco anos, com a convicção de que ainda nesse primeiro trimestre a Polícia Federal dará uma resposta final do caso Marielle”.
Em dezembro do ano passado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, já tinha dito que a morte da vereadora do Rio de Janeiro seria integralmente solucionada “em breve”. Na ocasião, Dino fez a cobrança pela elucidação da morte de Marielle dirigindo-se ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
“Eu, no dia 2 de janeiro, disse que nós iríamos, ministra [das Mulheres] Cida [Gonçalves], elucidar definitivamente o caso Marielle Franco. E hoje, alguém pergunta: ‘Bom, decorrido um ano…’ As investigações avançaram”, disse.
“É claro que eu não controlo o inquérito, não tenho a honra de ser policial. Mas o dr. Andrei [Rodrigues] está aqui. Eu quero reiterar e cravar. Não tenham dúvida, o caso Marielle em breve será integralmente elucidado.”, afirmou Dino.
De acordo com o ministro, o assassinato da vereadora é um caso fundamental pelo simbolismo de defesa da participação de mulheres na política.
Em 2023, a morte de Marielle completou 5 anos. Apenas a primeira fase do inquérito foi concluída pela Polícia Civil e o Ministério Público: a que prendeu e levou ao banco de réus o policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ter feito os disparos, e o ex-PM Élcio de Queiroz, que estaria dirigindo o automóvel que perseguiu as vítimas. Ambos negam participação no crime.
Os dois estão presos em penitenciárias federais de segurança máxima e serão julgados pelo Tribunal do Júri. O julgamento ainda não tem data marcada.
Lessa já foi condenado por outros crimes: comércio e tráfico internacional de armas, obstrução das investigações e destruição de provas.