A Comunidade de Polícias das Américas (Ameripol) se reuniu na manhã desta sexta-feira (12) para trocar informações e tratar da crise de segurança no Equador. A rede de polícias do continente existe desde 2007, mas apenas no fim do ano passado passou a ter reconhecimento internacional com a assinatura de um tratado em Brasília.
A reunião é por videoconferência e tem a presença do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, que é secretário-geral da Ameripol.
Integrantes da rede informaram que a reunião tem o objetivo de trocar informações sobre a situação, inteligência com equipes conjuntas de investigação fomentadas pela Ameripol e troca de dados sobre as facções criminosas.
Participaram do encontro virtual representantes do Ministério do Interior do Equador, o diretor-geral da Polícia do Equador, e todos os chefes de polícia dos demais países integrantes. A reunião é coordenada pelo Brasil, representado pela PF.
Integrantes da Ameripol informaram à reportagem que planos de ação estão sendo estudados para caso o Equador solicite auxílio internacional da rede de polícias.
O organismo atua com cooperação policial internacional e é dedicado ao intercâmbio de informações policiais, realização de operações conjuntas e à capacitação de seus membros. No ano passado, o ministro Flávio Dino, da Justiça, assinou com os demais representantes o “Tratado de Brasília” juntamente a outros 12 países do continente: Argentina, Colômbia, Chile, Costa Rica, Haiti, Honduras, Panamá, Paraguai, República Dominicana, Suriname, Uruguai e Equador.
Atualmente sediada em Bogotá, na Colômbia, a instituição conta com a participação de 36 forças policiais de 30 países do continente americano, além de 31 membros observadores, representando organismos internacionais e outras forças policiais de diferentes continentes e desempenha papel vital no combate aos crimes transnacionais.
Proposta da PF
Andrei Rodrigues disse que ofereceu ao governo do Equador ajuda na área de inteligência para enfrentamento às quadrilhas ligadas ao narcotráfico. De acordo com ele, foi ofertado aos equatorianos treinamento em investigações e ferramentas tecnológicas voltadas ao rastreio e apreensão de bens e recursos financeiros de quadrilhas. O objetivo é descapitalizar esses criminosos para dificultar a atuação deles.
Também foram oferecidos treinamentos e equipamentos para identificação de presidiários, com uso de recursos de biometria – um dos principais focos da crise de segurança no Equador está nos presídios.