Os diretores do BC (Banco Central) concordaram que o início do ciclo de alta dos juros no Brasil deve ser “gradual” para se beneficiar do acompanhamento das informações sobre a inflação, diante de um “contexto de incertezas”, mas reafirmaram seu “firme compromisso” de convergência da inflação às metas.
A informação consta na ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC, realizada na semana passada, quando a taxa Selic foi elevada de 10,50% para 10,75% ao ano — um aumento de 0,25 ponto percentual. Essa foi a primeira alta em dois anos. A ata foi divulgada nesta terça-feira (24).
Com isso, o Copom indicou que pode acelerar o ritmo de alta dos juros nas reuniões seguintes. O próximo encontro para debater o patamar da taxa básica, com o objetivo de conter as pressões inflacionárias, está marcado para o início de novembro.
“O Comitê julgou que o início do ciclo deveria ser gradual de forma a, por um lado, se beneficiar do acompanhamento diligente dos dados, ainda mais em um contexto de incertezas, tanto nos cenários externo como doméstico, mas, por outro lado, permitir que os mecanismos de transmissão da política monetária que possibilitarão a convergência da inflação à meta já comecem a atuar. Todos os membros do Comitê concordaram em iniciar gradualmente o ciclo de aperto de política monetária [alta dos juros]”, informou o BC, na ata do Copom.