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Brasil Dirigentes do PT consideram uma “traição” os ataques do ex-ministro Antonio Palocci a Lula e ao partido

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Em carta, Palocci aponta corrupção nas gestões de Lula e Dilma e afirma ter visto o ex-presidente "sucumbir ao pior da política". (Foto: ABr/Divulgação)

O ex-ministro Antonio Palocci, homem forte dos governos do PT e um dos fundadores do partido, enviou na terça-feira (26) à senadora Gleisi Hoffmann, presidente da legenda, uma carta na qual oferece sua desfiliação e faz um duro relato pessoal, em tom emotivo, sobre o “acúmulo de eventos de corrupção” nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff.

Em pouco mais de três páginas, Palocci provoca o que foi descrito por um alto dirigente petista como uma “hecatombe” ao dizer que viu Lula se dissociar do “menino retirante” e “sucumbir ao pior da política”. Ele conta detalhes sobre suposto pedido de propinas à Odebrecht na biblioteca do Palácio da Alvorada, compara o PT a uma “seita” submetida à “autoproclamação do ‘homem mais honesto do País’” e sugere que o ex-presidente tenta transferir a responsabilidade por ilegalidades à ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro. O ex-ministro diz ainda que Dilma destruiu programas sociais e a economia e afirma que o PT precisa fazer um acordo de leniência se quiser se reconstruir.

Ao final, Palocci coloca nas mãos de Gleisi a decisão sobre sua desfiliação do partido. Na semana passada, o PT de Ribeirão Preto, pressionado pela direção nacional, abriu o processo de expulsão de Palocci. Na sexta-feira (22), o órgão máximo do partido decidiu suspendê-lo provisoriamente por 60 dias.

Na carta, Palocci acusa o PT de só punir quem ataca o partido e seu líder máximo e de ignorar denúncias de corrupção. Na terça-feira, Palocci completou exatamente um ano de cadeia, em Curitiba, onde está preso preventivamente na Operação Lava-Jato. No texto, ele confirma que negocia um acordo de delação premiada com o MPF (Ministério Público Federal).

Segundo a assessoria do ex-presidente, Palocci voltou a dizer “mentiras” contra Lula com o objetivo de fechar uma colaboração. Gleisi respondeu com uma nota dura, na qual também acusa o ex-ministro de mentir para se livrar da condenação de 12 anos e dois meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. “Política e moralmente, Palocci já está fora do PT”, diz a nota da senadora.

A presidente do PT também questionou a credibilidade de Palocci alegando que ele diz o contrário do que dizia à Justiça um ano atrás com o objetivo de fechar delação. “Em qual Palocci se deve acreditar: no que diz ter mentido antes ou no que mudou de versão agora para se salvar?”, destaca a nota.

Para Gleisi, o ex-ministro age com “fraqueza de caráter”. Destinatária da carta de Palocci, a senadora disse que a mensagem “não se destina ao PT, mas aos procuradores da Lava Jato”. “É a mensagem de um condenado que desistiu de se defender e quer fechar negócio com o MPF, oferecendo mentiras em troca de benefícios penais e financeiros.”

Dilma reafirmou que Palocci “falta com a verdade” quando aponta sua participação em “supostas reuniões para tratar de facilidades” à Odebrecht. O ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli não foi localizado.

“Tiro no pé”

Os demais dirigentes, parlamentares e ex-integrantes dos governos petistas evitaram comentar as novas acusações de Palocci. Sob a condição de anonimato, no entanto, muitos admitem que as punições internas ao ex-ministro foram um “tiro no pé”, uma vez que deram a Palocci mais um palco para disparar contra Lula e o partido. Quase todos demonstraram indignação com o que consideram uma “traição” do ex-ministro.

Para parte dos líderes petistas, a carta de Palocci é mais um elemento a dificultar a participação de Lula na eleição de 2018. Alguns descreveram o ataque do ex-ministro como o mais duro já sofrido pelo partido justamente por ter vindo de um de seus principais quadros.

Visto inicialmente com desconfiança por parte do PT – que o considerava de “direita” por privatizar serviços públicos quando foi prefeito de Ribeirão Preto –, Palocci herdou o posto de coordenador do programa de Lula na campanha de 2002 após o assassinato de Celso Daniel. Rapidamente se tornou um dos principais nomes do governo petista, no qual desempenhou a função de fiador nos setores bancário e empresarial.

Vários petistas disseram que Palocci verbaliza avaliações internas de setores do partido como o suposto uso do nome de Marisa Letícia pela defesa de Lula, e dá verossimilhança a acusações já conhecidas como a da reunião com Dilma, Palocci e Gabrielli na biblioteca do Palácio da Alvorada. Mas dizem que Palocci “manipulou a verdade” em sua defesa.

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https://www.osul.com.br/dirigentes-do-pt-consideram-uma-traicao-os-ataques-do-ex-ministro-antonio-palocci-a-lula-e-ao-pt/ Dirigentes do PT consideram uma “traição” os ataques do ex-ministro Antonio Palocci a Lula e ao partido 2017-09-27
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