A disputa para substituir Boris Johnson como líder do Partido Conservador e primeiro-ministro do Reino Unido se acirrou no domingo (10), depois de nove deputados conservadores, incluindo ministros, terem apresentado candidaturas.
A ministra do Comércio, Penny Mordaunt, foi a mais recente a se juntar à lista de concorrentes, que também conta com o ministro da Economia, Nadhim Zahawi; o ministro dos Transportes, Grant Shapps; os ex-ministros da Saúde Sajid Javid e Jeremy Hunt; o ex-ministro da Economia Rishi Sunak; o presidente do Comitê das Relações Exteriores, Tom Tugendhat; a procuradora geral, Suella Braverman; e a ex-ministra da Igualdade Kemi Badenoch.
Johnson renunciou na quinta-feira passada, depois de mais de 50 membros do seu governo terem se demitido em protesto contra a gestão e a torrente de escândalos que se acumularam sob sua liderança, como as festas na residência de Downing Street durante a pandemia.
A disputa formal para as eleições terá início assim que o chamado Comitê 1922, que reúne os deputados conservadores que não ocupam cargos no governo, designar o seu executivo na segunda-feira e estabelecer o calendário para este processo, com o objetivo de o Reino Unido ter um novo chefe de governo até o início de setembro.
Enquanto a disputa pela liderança continua, Johnson permanece no comando do governo britânico, e além dos nove candidatos espera-se que a ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, apresente a sua candidatura na segunda-feira.
Embora o processo ainda não tenha começado formalmente, os políticos já começaram as respectivas campanhas, com cortes de impostos como uma das principais promessas.
Tanto Hunt como Sajid, em declarações à BBC, defenderam o corte fiscal, uma das medidas tradicionais dos conservadores, e destacaram as suas respectivas experiências nos ministérios em que trabalharam – Saúde e Relações Exteriores, para o primeiro, e Economia e Saúde no caso do segundo.
Mordaunt anunciou a decisão de concorrer pelo Twitter, onde publicou um vídeo para indicar que a liderança conservadora tem de mudar para que se concentre menos na personalidade do líder e mais nos problemas que o país enfrenta.
Os outros candidatos também deverão divulgar os detalhes das suas propostas nos próximos dias. Os políticos passarão por uma série de votações, com os candidatos sendo eliminados até restarem apenas dois. A decisão final será tomada pelos membros do partido do país, que terão de escolher entre um dos dois candidatos finais.
O tesoureiro do Comitê 1922, Geoffrey Clifton-Brown, disse à rádio LBC que está confiante de que até 20 de julho – antes das férias parlamentares de verão – os dois candidatos finais estarão definidos.
“Temos agora nove pessoas na corrida. Tenho a certeza de que haverá pelo menos mais algumas antes de as candidaturas terminarem na segunda-feira, e depois o processo começará”, acrescentou.
Entretanto, a oposição trabalhista defendeu no domingo novamente a saída imediata de Johnson, em vez de esperar a eleição de um novo líder, caso contrário está preparada para apresentar uma moção de censura na Câmara dos Comuns para forçar a saída.