Ícone do site Jornal O Sul

O Disque Denúncia já recebeu 64 ligações sobre o crime contra a vereadora Marielle e seu motorista, Anderson

Domingos Brazão, envolvido na morte de Marielle e Anderson, tem longa relação com grilagem de terras e ação de milícias. (Foto: Reprodução)

O Disque Denúncia recebeu 64 ligações com informações sobre o assassinato de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassina no último dia 14 de março, e de seu motorista Anderson Pedro Gomes, também atingido por disparos na ocasião. O número de denúncias, de acordo com o órgão, contabiliza registros até as 20h de sábado. O anonimato é garantido e as pistas são encaminhadas para a Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, responsável pelas investigações.

Além das diligências da DH Polícia Civil para desvendar o assassinato e buscar pelos culpados, agentes de outra especializada apuram a disseminação de notícias falsas sobre a parlamentar. Na sexta-feira, a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática abriu um inquérito para tentar identificar os responsáveis pela propagação das chamadas fake news. O titular da unidade, delegado Pablo Sartori, recebeu uma série de denúncias de advogadas que participam de uma força-tarefa contra a propagação de calúnias envolvendo o nome da vítima.

Marielle e o motorista Anderson foram mortos na noite do dia 14 de março, no Estácio. A vereadora saia de um compromisso na Casa das Pretas, na Lapa, região boêmia do Rio. No carro estava ainda uma assessora da vereadora que sobreviveu. Imagens de câmeras de segurança mostram que o carro da vereadora foi seguida por dois veículos da Lapa até o local do crime, onde o ocupante de um desses automóveis fez os disparos.

Homenagens

Manifestantes do movimento negro fizeram neste domingo um ato no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, intitulado “Julgamento Poético”, em homenagem a Marielle.

Com a pergunta “Quantos negros e negras terão que morrer até que essa guerra acabe?” o ato reuniu artistas como Leci Brandão, Chico César e Thaíde, além de pensadoras como a filósofa Djamila Ribeiro.

O festival de música Lollapalooza 2018 começou na sexta-feira, em São Paulo, com homenagens e comoção. Muitos artistas do line-up inicial do festival dedicaram um tempo de seus shows para homenagear a vereadora assassinada.

Em sua primeira visita ao Brasil, a sueca Zara Larsson se emocionou ao falar de Marielle antes de começar a cantar o hit Symphony, um dos mais conhecidos da cantora. “Ela lutava pelos LGBTs, contra violência policial e por justiça social. Essa música é para ela e quero todos cantando a plenos pulmões”.

Quem também dedicou um tempo de sua apresentação para a vereadora do Rio foi o rapper brasileiro Rincon Sapiência, que contou com a presença da cantora Iza durante a performance de Ginga. Rincon gritou “Marielle presente”, hashtag que bombou no Twitter durante o show, segundos antes de começar a entoar a música Crime Bárbaro, enquanto uma foto da vereadora era exibida em um dos telões do palco. “Importante é criar uma lembrança eterna dela”.

A banda Vanguart usou recurso semelhante ao abrir seu show no Autódromo de Interlagos e começou a apresentação com uma foto da vereadora exibida no telão ao fundo e a mesma frase: Marielle presente.

Na quinta-feira, a Câmara dos Deputados realizou sessão solene em homenagem à memória da vereadora. Estiveram presentes Anielle Silva, irmã da vereadora, e da companheira dela, Monica Benício. As duas foram convidadas a sentar à mesa e cerraram os punhos para gritar “Marielle presente” durante o discurso da deputada Luiza Erunidina (PSOL-SP), que convocou a sessão. Muito abalada, Monica chorou durante a execução do Hino Nacional, sentada ao lado de um cartaz com a imagem de Marielle que foi colocada no plenário junto com as de outras vítimas de violação dos direitos humanos no país.

 

 

Sair da versão mobile