A Tesla, do bilionário Elon Musk, vem enfrentando protestos em dois países nos últimos dias. Na França, uma concessionária foi atacada e teve 12 carros queimados. Um grupo anarquista reivindicou nessa terça-feira (4) a responsabilidade pelo incêndio ocorrido perto de Toulouse, de acordo com uma mensagem publicada em uma plataforma de ultraesquerda.
Sob o título “saudação incendiária à Tesla”, a mensagem postada no site Iaata.info (Informações antiautoritárias de Toulouse e arredores) afirma: “incendiamos veículos dentro das instalações com a ajuda de dois galões de gasolina”.
O manifesto afirma ainda que, “enquanto as elites multiplicam as saudações nazistas, decidimos saudar uma concessionária Tesla à nossa maneira”. Os aurores alegam ainda encarnar “o antifascismo militante que não acredita no mito da democracia e a ecologia radical que não acredita em soluções tecnológicas”.
“Com esse ato, participamos do chamado ‘Bem-vindo à primavera, queime um Tesla’, da campanha internacional contra a Tesla, da Alemanha aos Estados Unidos e, mais amplamente, do conflito anarquista”, continua o texto dos autores do ataque.
Após a publicação do manifesto, uma série de chamados para incendiar carros da Tesla surgiram nas redes sociais. A polícia francesa revelou que está investigando aqueles que incentivam “atos de vandalismo e contra o patrimônio”.
Protestos nos EUA
Nos Estados Unidos, ao menos 90 lojas e estações de carregamento da montadora foram alvos de manifestações no último sábado (1º). O protesto foi marcado para contestar as medidas adotadas pelo dono da Tesla, Elon Musk, para reduzir a força de trabalho do governo federal em nome do presidente Donald Trump.
Manifestantes se reuniram em showrooms da Tesla em cidades como Nova York, Boston, San Francisco e Tucson, para cantar e agitar cartazes, de acordo com reportagens e eventos registrados através da Action Network, uma plataforma para organizar causas de esquerda.
Os protestos, organizados sob o slogan “Tesla Takedown”, incentivam acionistas e proprietários de veículos a se desfazerem de suas ações e carros e pedem que outros exerçam pressão pública para atenuar as ações de Musk como o líder de fato do Doge (Departamento de Eficiência Governamental) nos EUA.
O que começou com Donovan e cerca de 50 pessoas reunidas fora de uma loja da Tesla em Boston no mês passado cresceu semanalmente para abranger dezenas de cidades e milhares de participantes. “Este sábado foi de longe o maior. Tivemos pelo menos 300 pessoas, incluindo uma banda de metais de 15 pessoas”, comentou a socióloga Joan Donovan, professora de jornalismo e estudos de mídia de massa na Universidade de Boston.
Em todo o país, a atmosfera era uma mistura de festa e raiva: as prisões em Nova York incluíram manifestantes que entraram no showroom da Tesla, enquanto pelo menos 150 pessoas se alinharam fora de uma loja da Tesla em Jacksonville, Flórida, segurando cartazes pedindo aos motoristas que passavam para “Buzinar Pela Regra da Lei” e exibindo imagens de um desenho animado do Tesla Cybertruck em chamas, de acordo com o Florida Times-Union.
“Os protestos não impedirão o presidente Trump e Elon Musk de cumprir a promessa de estabelecer o Doge e tornar nosso governo federal mais eficiente e mais responsável perante os contribuintes americanos trabalhadores em todo o país”, disse o secretário de imprensa adjunto Harrison Fields em um e-mail.