Diverticulite é uma doença intestinal marcada pela inflamação na parede interna do intestino. Ela pode ser leve, provocando sintomas como dor e estufamento da barriga – o tratamento aí costuma envolver remédio para diverticulite, repouso e hidratação. Mas há também casos graves de diverticulite, que colocam a vida em risco e exigem cirurgias de urgência.
Principalmente a partir dos 40 anos, surgem pequenas saliências nas paredes do intestino grosso. É assim que se formam os divertículos, e eles não causam males ao organismo por si sós.
O problema é que essas estruturas podem inflamar. Aí, sim, temos a diverticulite. Ela lesiona o intestino ou promove abcessos no local, contribuindo para a proliferação de bactérias e o consequente risco de uma infecção.
Algumas das causas desse processo inflamatório são: envelhecimento, tabagismo, constipação, uma dieta pobre em fibras, obesidade e sedentarismo.
Quais são os principais sintomas
A gastroenterologista Maira Nacimbem Marzinotto Vana, do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, explica que a gravidade da doença varia.
“Os sintomas da diverticulite leve costumam ser dor abdominal, mal-estar e estufamento da barriga”, lista a médica.
Já nos quadros críticos, a dor é intensa e vem acompanhada de febre, náuseas, vômito e sangue nas fezes. Uma possível complicação da diverticulite é a perfuração do intestino, liberando seu conteúdo para a cavidade abdominal e gerando infecções perigosas.
“Não dá para determinar como cada paciente vai evoluir. Provavelmente, quem demorar para procurar ajuda terá um quadro pior, mas há casos que logo de cara se apresentam na forma grave”, aponta Maira.
Como é feito o diagnóstico
O melhor jeito de detectar a diverticulite é ficar de olho nos sintomas, no histórico e, em casos suspeitos, realizar exames, em especial a tomografia do abdômen.
Ah, e os especialistas costumam evitar a colonoscopia no momento de crise. “Diante do quadro, o instrumento utilizado no exame aumenta a probabilidade de perfurar o órgão. Ele só pode ser realizado de seis a oito semanas depois do episódio de diverticulite”, orienta Maira.
Ainda assim, é importante que a colonoscopia seja feita após esse período para descartar a possibilidade de outras enfermidades, inclusive o câncer. Às vezes, os sintomas da diverticulite se confundem com os de um tumor.
Como é o tratamento e a cirurgia
Os casos leves em geral são tratados em casa, com antibiótico oral, repouso e muita hidratação. Se tudo der certo, a pessoa se livra da inflamação em até dez dias. A alimentação também pode ser modificada, favorecendo alimentos líquidos. Consulte um profissional.
“Já os pacientes graves necessitam de internação hospitalar. Lá, eles recebem medicamentos e hidratação direto na veia, por cerca de duas semanas”, informa Maira. Quando existe o perigo de perfuração intestinal – ou se ela já aconteceu –, é necessário fazer uma cirurgia de urgência para retirar a parte do órgão afetada e drenar os abcessos. É possível que o paciente precise usar uma bolsa de colostomia.
“Para quem sofre vários episódios seguidos, mesmo que de menor gravidade, recomendamos também operar após a resolução do evento atual para que haja cura completa”, complementa a gastroenterologista.
Prevenção da diverticulite
Para evitar a formação de divertículos e, consequentemente, o aparecimento da diverticulite, recomenda-se aumentar o consumo de alimentos ricos em fibras, como verduras, leguminosas, grãos, farinhas integrais e frutas com casca.
Beber água, não fumar, fugir da obesidade e praticar exercícios físicos também ajudam. No fim, o segredo é buscar um estilo de vida mais equilibrado.