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Por Redação O Sul | 26 de fevereiro de 2018
A dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior, teve queda de 0,87% em janeiro, para R$ 3,52 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta segunda-feira (26). Em dezembro do ano passado, a dívida somava R$ 3,55 trilhões. A redução está relacionada com o alto volume de vencimentos, ou seja, de retirada de títulos públicos do mercado. No mês passado, esses resgates somaram R$ 109,31 bilhões e diminuíram a dívida nesta proporção.
Ao mesmo tempo, atuando em sentido contrário, de aumento da dívida pública, foram emitidos R$ 56,81 bilhões em papéis pela Secretaria do Tesouro Nacional. Já as despesas do governo com o pagamento de juros para os investidores que compraram os papéis da dívida pública foram de R$ 21,76 bilhões.
O que é a dívida pública?
A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, ou seja, pagar por despesas que ficam acima da arrecadação com impostos e tributos. Em todo ano passado, a dívida pública teve aumento de 14,3%, segundo números oficiais. A expectativa da Secretaria do Tesouro Nacional é de uma nova alta em 2018, podendo chegar a quase 4 trilhões no fim de 2018.
Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como externa.
No caso da dívida interna, foi registrado uma queda de 0,87% em janeiro, para R$ 3,40 trilhões, contra R$ 3,43 trilhões no fim do ano passado. Neste caso, o recuo foi de R$ 30 bilhões.
Já a dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, contabilizou uma queda de 0,76% no primeiro mês de 2018, para R$ 122,85 bilhões. A redução da dívida externa foi de cerca de R$ 1 bilhão.
Compradores
Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna registrou aumento em janeiro. Em janeiro de 2018, os não residentes detinham 12,41% da dívida total, o equivalente a R$ 422 bilhões, contra 12,12% do total da dívida interna (R$ 416 bilhões) no fechamento de 2017.
Perfil da dívida
Em janeiro deste ano, o percentual de papéis prefixados totalizou 34,72% do total, ou R$ 1,06 trilhão, contra 36,3% do total, ou R$ 1,04 trilhão em dezembro de 2017. Os números foram calculados após a contabilização dos contratos de “swap cambial”.
Os títulos atrelados à taxa Selic (pós-fixados), por sua vez, tiveram sua participação elevada em janeiro. No fim do ano passado, representaram 30,3% do total (R$ 1,04 trilhão), avançando para 31,4%, ou R$ 1,06 trilhão, em janeiro deste ano. A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação), por sua vez, somou 30,6% no fim de 2017, o equivalente a R$ 1,05 trilhão, e totalizou 31,26% do total, ou R$ 1,06 trilhão, em janeiro deste ano.
Já os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, que somaram 2,72% do total no fim de 2017, ou R$ 93,3 bilhões, recuaram para 2,64%, ou R$ 89,7 bilhões, no primeiro mês deste ano. A queda da dívida em dólar se deve ao resgate, por parte do Banco Central, de contratos de “swap cambial” – na esteira do processo de queda da cotação do dólar no Brasil.