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Divórcio, demissão e contradições: prisão de Daniel Alves por agressão sexual completa três meses

Jogador viu carreira e casamento chegarem ao fim, após dar depoimentos que se contradizem. (Foto: Reprodução/Instagram)

Há três meses, Daniel Alves foi preso em Barcelona, após ser acusado de agredir sexualmente uma mulher na discoteca Sutton, em 30 de dezembro do ano passado. Desde que foi detido pela polícia espanhola, no dia 20 de janeiro, o jogador já mudou seu depoimento cinco vezes, chegando a alegar, inicialmente, que não conhecia a jovem. Depois de ser demitido por justa causa pelo Pumas, time mexicano que defendia, o lateral também viu o fim do relacionamento com a modelo Joana Sanz.

Em desdobramentos mais recentes, o jogador contou sua quinta versão do caso. Desta vez, Daniel confirmou que houve penetração, mas alegou que a relação foi consensual. O jogador também afirmou que tudo o que aconteceu dentro do banheiro da boate foi um “ato livre e voluntário”, que ele e a jovem fizeram amor e acusadora “nunca disse para parar”. Segundo ele, essa versão não havia sido contada até o momento a fim de preservar Joana, sua esposa até então.

De acordo com a imprensa espanhola, Daniel Alves enfatizou no novo depoimento que é “respeitoso” na relação com as mulheres e não toma a iniciativa se não perceber “tensão sexual” e uma clara predisposição. E que ao verificar uma “química”, teria proposto à jovem que os dois fossem para um local mais reservado.

Questionado sobre o teor da denúncia da jovem, o lateral diz que tem pensado a respeito desde o dia em que foi preso. Ele ainda afirma acreditar que a vítima se sentiu “ofendida ou irritada” pelo fato dele ter pedido para saírem separados e discretos, e também porque não foi atencioso ou carinhoso com ela.

A denúncia

De acordo com a vítima, que teve a identidade preservada, ela dançava na boate Sutton, em Barcelona, com amigos no dia 30 de dezembro quando foi chamada para a mesa de Daniel Alves, na área VIP.

Ele a teria tocado por baixo de sua roupa íntima sem consentimento e a levado ao banheiro, impedindo que saísse, e obrigando que fizesse sexo com ele.

A mulher procurou a equipe de segurança do estabelecimento, que chamou uma ambulância e a polícia. O jogador já havia ido embora.

Dois dias depois, a vítima registrou queixa contra o jogador. Em sua versão, ela destacou que Daniel Alves a “agarrou pela nuca, não sei se também pelos cabelos e me jogou no chão, machuquei o joelho”.

A mulher que acusa o brasileiro se recusou a receber qualquer tipo de indenização caso o jogador seja condenado.

Desde então, ela está recebendo apoio por parte do departamento encarregado e a denúncia está na justiça, sob investigação, segundo o Tribunal Superior de Justiça da Catalunha (TSJC).

Versões contraditórias

Em sua primeira manifestação sobre o caso, em um vídeo enviado ao canal de TV espanhol Antena 3, Daniel Alves negou as acusações e afirmou não conhecer a vítima.

Dias depois, o jogador mudou seu relato, afirmando ter encontrado a vítima no banheiro da boate, tendo sido surpreendido. Nessa versão, Alves afirmou que não teve qualquer contato com ela e teria ficado parado, sem saber o que fazer quando a viu.

Pouco tempo depois, admitiu que manteve uma relação sexual com a mulher, mas disse que ela teria se lançado em sua direção dentro do banheiro para fazer sexo oral. O brasileiro alegou que ele não tinha dado essa versão até aquele momento com o intuito de “proteger” a vítima.

Em seu depoimento mais recente, o lateral acabou confirmando que houve penetração enquanto eles estavam no banheiro, mas alega que a relação foi consensual. Desta vez, Daniel Alves afirmou que não teria dado essa versão anteriormente para proteger a vítima e a sua então esposa, Joana Sanz.

Os indícios da Polícia Espanhola

A jovem foi atendida no Hospital Clínic e passou por um exame médico. O relatório diz que ela sofreu ferimentos leves compatíveis com a “luta” que teria travado com o jogador de futebol para não se sujeitar ao ato sexual.

A ficha médica indicou que dentre as lesões encontradas está uma pequena equimose no joelho. Trata-se de uma mancha roxa causada por um sangramento em que ocorre a infiltração do sangue na pele.

As câmeras de segurança confirmam a versão da vítima até o momento em que entraram no banheiro, onde passaram aproximadamente 15 minutos. Além disso, as imagens mostraram a vítima em situação de fragilidade após deixar o banheiro.

O resultado de um teste de DNA comprovou a presença de sêmen do atleta na roupa da vítima, além de impressões digitais no banheiro da boate.

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