O Dmae (Departamento Municipal de Água e Esgotos) aumentou nesta quarta-feira (05), a dose de dióxido de cloro usada no tratamento da água distribuída pelos sistemas São João e Moinhos de Vento – que, juntos, abastecem 56 bairros e localidades de Porto Alegre. O objetivo é minimizar as alterações de gosto e odor relatadas pelos consumidores nas últimas semanas.
“Os pontos de captação de água bruta dos sistemas São João e Moinhos de Vento são próximos, ambos localizados no entorno da rua Voluntários da Pátria. Estas alterações, percebidas por parte da população, não representam qualquer risco à saúde. Trata-se de um fenômeno natural do Guaíba no verão”, explica a diretora de Tratamento e Meio Ambiente do Dmae, Joice Becker.
Antes, os sistemas São João e Moinhos de Vento recebiam 0,7ppm (partes por milhão) de dióxido de cloro no tratamento – dose elevada para 1ppm. Por outro lado, nas demais estações de tratamento (Menino Deus, Tristeza, Belém Novo e Ilhas), permanece o índice de 0,7ppm. Técnicos monitoram a evolução do fenômeno, para que novos ajustes sejam feitos quando necessários.
Ao todo, são realizadas 2,4 mil análises diárias da água de Porto Alegre – tanto nos pontos de captação, quanto em todas as etapas do tratamento e distribuição. Com isso, o Departamento garante a potabilidade da água que chega às torneiras. As equipes estudam a possibilidade de adoção de novas medidas, de médio e longo prazo, tendo em vista que as alterações se repetem anualmente.
Manancial
Neste verão, não foi identificada a floração de algas nos pontos de captação de água bruta do Guaíba. As alterações de gosto e odor, portanto, são atribuídas à redução natural do nível do lago durante a estação menos chuvosa do ano. Além disso, a água apresenta menos turbulência, permitindo a entrada de mais luz, o que também contribui para a mudança das características do manancial.
Dados
O Dmae recebeu, na semana entre os dias 29 de janeiro e 5 de fevereiro, 42 reclamações referentes a alterações de gosto e odor da água. Os protocolos foram abertos por meio do Sistema 156 – e representam queda de 35% em relação à semana anterior, quando foram registrados 64 chamados. Os relatos auxiliam na tomada de decisões pela operação dos sistemas.
Qualidade
A rotina de captação, tratamento e distribuição da água segue os padrões da Portaria nº 888/2021, do Ministério da Saúde, fiscalizada pela Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal da Saúde. As análises ocorrem no manancial, nas estações de tratamento e em pontos estratégicos da distribuição.
Os relatórios de qualidade da água, gerados mensalmente pelo Dmae, podem ser conferidos no site. Outras análises estão disponíveis no Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano, do Ministério da Saúde.