Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Política Dois ministros votam pela condenação do ex-presidente Bolsonaro por crime eleitoral no 7 de Setembro e um defende a absolvição; julgamento do TSE será retomado na terça-feira

Compartilhe esta notícia:

Uma nova condenação não ampliaria o prazo de inelegibilidade de 8 anos do ex-presidente.

Foto: José Cruz/Agência Brasil
Ex-presidente criticou gestão petista e Supremo Tribunal Federal. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

O corregedor da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, votou na quinta-feira (26), pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por crimes eleitorais nas comemorações do Bicentenário da Independência, em 7 de setembro do ano passado. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou na última terça (24) o julgamento de três ações que atribuem ao ex-chefe do Executivo conduta vedada, abuso de poder político e de poder econômico.

Gonçalves, que é relator dos processos no TSE, defendeu a condenação de Bolsonaro à inelegibilidade, pelo prazo de oito anos, e sugeriu, ainda, a aplicação de multa no valor de R$ 425 mil. A sessão foi suspensa quando havia dois votos pela condenação e um pela absolvição, e será retomada na terça-feira (31).

As ações em questão foram impetradas pelo PDT e pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que foi candidata à Presidência no ano passado. É argumentado que os desfiles do 7 de Setembro em Brasília e no Rio de Janeiro foram usados pela campanha à reeleição de Bolsonaro como eventos eleitorais.

Relator

O julgamento teve início com o voto do relator. Ele observou que a mudança de local do desfile do Rio, do centro para o Forte de Copacabana, foi determinada pelo Ministério da Defesa, a pedido de Bolsonaro. “É fato notório que a orla de Copacabana se tornou, desde as eleições de 2018, local de concentração dos apoiadores do primeiro investigado (Bolsonaro).”

Naquele dia, o então presidente concedeu entrevista à TV Brasil no Alvorada e acompanhou o desfile cívico-militar na Esplanada dos Ministérios. Em seguida, subiu em trio elétrico custeado pelo Movimento Brasil Verde Amarelo, a poucos metros do evento oficial. Bolsonaro foi a pé da cerimônia para o comício no trio.

À tarde, viajou para o Rio em avião da Força Aérea Brasileira, seguiu em motociata até o Forte de Copacabana, onde assistiu a salto de paraquedistas, salva de tiros e manobra de aviões. Depois, caminhou até um trio elétrico, bancado pelo pastor Silas Malafaia, e discursou em um palanque na orla.

“Juntando esse fator ao patriotismo militarizado que o candidato estimulou desde então não há como negar a relevância simbólica de levar a parada militar para ponto de encontro de sua militância. A mudança, portanto, era repleta de significado”, disse o relator.

Para Gonçalves, “a militância convocada para a celebração recebeu como derradeira missão mostrar a força da candidatura dos investigados, em uma luta do bem contra o mal”.

“Pode-se inferir que o candidato beneficiado estava ciente da conduta vedada e foi conivente com os desvios praticados”, destacou o ministro.

“O objetivo não precisou ser explicitamente anunciado, já que foi comunicado por símbolos potentes: patriotismo, demonstração ostensiva do poder militar, defesa da liberdade.”

Gonçalves foi acompanhado pelo ministro Floriano de Azevedo Marques, para quem houve “confusão proposital” entre os eventos cívicos e os de campanha. Marques, porém, votou para estender a inelegibilidade a Braga Netto.

O ministro Raul Araújo, por sua vez, defendeu a absolvição de Bolsonaro e do general. Ele afirmou que os eventos foram autônomos e “facilmente distinguíveis”. Ainda segundo o magistrado, a legislação eleitoral não proíbe atos de campanha em locais públicos próximos a cerimônias oficiais.

O advogado Walber de Moura Agra, coordenador jurídico do PDT, afirmou em sustentação oral que o ex-presidente usou dinheiro público, estrutura do governo, publicidade institucional e a TV Brasil, que transmitiu o desfile de Brasília, para promover sua candidatura.

Já o vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gustavo Gonet Branco, defendeu a condenação do ex-presidente por usar a estrutura pública para ter vantagem na eleição.

“Houve uma intencional mescla dos eventos oficiais com os particulares de campanha”, afirmou Gonet. “Notou-se a proximidade física e cronológica dos eventos a ponto de se embaçar alguma linha divisória que tivesse sido estipulada entre eles.”

Esta é a terceira leva de processos eleitorais contra o ex-presidente. Em 30 de junho, ele foi condenado e declarado inelegível por oito anos por atacar as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral em um encontro com embaixadores no Palácio da Alvorada. Na semana passada, Bolsonaro foi absolvido em um segundo bloco de ações, que o acusavam de usar o cargo para fazer campanha na eleição de 2022. O ex-chefe do Executivo é alvo de mais nove processos. Uma nova condenação não ampliaria o prazo de inelegibilidade do ex-presidente.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Dólar sobe para a R$ 5; Ibovespa tem queda após fala de Lula sobre meta fiscal
Na preparação de invasão por terra, Israel aumenta ataques e corta sinal de internet na Faixa de Gaza
https://www.osul.com.br/dois-ministros-votam-pela-condenacao-do-ex-presidente-bolsonaro-por-crime-eleitoral-no-7-de-setembro-e-um-defende-a-absolvicao-julgamento-do-tse-sera-retomado-na-terca-feira/ Dois ministros votam pela condenação do ex-presidente Bolsonaro por crime eleitoral no 7 de Setembro e um defende a absolvição; julgamento do TSE será retomado na terça-feira 2023-10-27
Deixe seu comentário
Pode te interessar